quinta-feira, 29 de março de 2012

Os valores internos e externos da circuncisão do povo Judeu.

Por Luiz Gama

Na Bíblia, vemos que os “filhos de Israel (ou hebreus, como eram chamados naquele tempo) entravam em aliança com Deus por meio de três ritos: a circuncisão (berit-milá), a imersão (tevilá) e o oferecimento de um sacrifício (corbán)”1.

Abraão foi a primeira pessoa a aceitar o chamado divino para sair “... da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai...” (Gn 12.1) em obediência à voz de Deus. Esta aceitação foi selada pelo sinal da aliança: “Este é o meu concerto, que guardareis entre mim e vós e a tua semente depois de ti: Que todo o macho será circuncidado. E circuncidareis a carne do vosso prepúcio; e isto será por sinal do concerto entre mim e vós. O filho de oito dias, pois, será circuncidado; todo o macho nas vossas gerações, o nascido na casa e o comprado por dinheiro a qualquer estrangeiro, que não for da tua semente. Com efeito, será circuncidado o nascido em tua casa e o comprado por teu dinheiro; e estará o meu concerto na vossa carne por concerto perpétuo. E o macho com prepúcio, cuja carne do prepúcio não estiver circuncidada, aquela alma será extirpada dos seus povos; quebrantou o meu concerto” (Gn 17.10-14).

A circuncisão foi o primeiro mandamento observado por Abraão cuja idade já era bem avançada: “Era Abraão da idade de noventa e nove anos, quando lhe foi circuncidada a carne do seu prepúcio. E Ismael, seu filho, era da idade de treze anos, quando lhe foi circuncidada a carne do seu prepúcio” (Gn 17.24-25). Quando os hebreus estavam prestes a celebrar a Páscoa (Pêssach, em hebraico), Moisés circuncidou todos os homens. Fez isso para que pudessem ser contados como participantes das promessas divinas e, assim, tivessem o direito de participar do cordeiro pascal (Êx 12.48) sem nenhum problema. “A circuncisão tornou-se um sinal de identificação com o povo da aliança” 2.

Conforme vimos nos textos acima, a circuncisão passou a ser praticada pelos patriarcas desde antes da promulgação da lei mosaica. E até hoje é considerada a mais importante cerimônia do judaísmo. Nenhuma comemoração ou data deve impedir o menino judeu de fazer a circuncisão, nem mesmo o sábado (Shabat) ou o Dia da Expiação (Yom Kipúr). Somente em caso de saúde cuja gravidade possa comprometer a vida do infante esta cerimônia será adiada para outro dia após o oitavo dia do nascimento. Para o judeu, “o dia mais sagrado do calendário judaico é o sábado. A punição na Bíblia por violar o Shabat é muito mais severa do que por violar o Yom Kipúr3. A primeira gera morte, e a segunda, excomunhão.

Mesmo que o oitavo dia coincidisse com o sábado a criança era circuncidada: “Porque Moisés vos deu a circuncisão (embora na realidade ela não venha de Moisés, mas dos patriarcas), no sábado circuncidais um homem. Ora, se o homem pode receber a circuncisão no sábado, para que não se viole a lei de Moisés, por que vos indignais contra mim por eu ter curado o homem todo no sábado?” (Jo 7.22-23).

A circuncisão e a ciência

Quanto ao aspecto de a circuncisão ser obrigatoriamente praticada no oitavo dia após o nascimento, um fato interessante: a medicina constatou que é justamente nesse período que o sangue da criança coagula mais facilmente, proporcionando rápida cicatrização. “Este assunto foi abordado por dois cientistas que afirmam que o bebê tem uma sensibilidade especial para sangramentos nos primeiros dias de vida e qualquer hemorragia, por menor que seja, pode trazer grandes danos para a criança, e até a morte. Isto porque a base principal para a coagulação sanguínea, a vitamina K, só chega ao nível ideal no sétimo dia de vida. Também outro elemento necessário para a coagulação sanguínea, a protombina, atinge o seu nível máximo somente no oitavo dia de vida; chega até a estar acima do nível normal – 110%. Depois disso decresce e estabiliza-se em 100%. Está claro, então, que o primeiro momento mais seguro para a realização da milá é o oitavo dia, tanto pela quantidade de vitamina K quanto de protombina” 4. Pela perspectiva
médica, a circuncisão é aconselhável como uma medida sanitária. Hoje, muitos hospitais nos Estados Unidos utilizam a circuncisão como um processo rotineiro.

Originalmente, era obrigação do pai circuncidar seu filho. O primeiro exemplo foi Abraão que circuncidou Isaque quando ele tinha oito dias de idade (Gn 21.4). Mas, atualmente, a circuncisão é realizada por um profissional chamado Mohel em hebraico, pessoa treinada e especializada para executar tal operação. O homem que segura a criança é chamado sandec, título derivado do grego que significa “padrinho”. Em hebraico, ele é conhecido como baal berit, que quer dizer “chefe da circuncisão”, pois assume posição central (de grande responsabilidade) durante a cerimônia.

Durante todo o ritual da circuncisão, um assento é posto ao lado da cadeira reservada para o sandec. “Esta cadeira, que permanece vaga, é reservada para o profeta Elias que, de acordo com a tradição, presencia cada berit para proteger a criança do perigo”5. Todos os presentes acompanham a cerimônia da circuncisão de pé, em reverência à ordenança divina. Antes e depois da circuncisão são pronunciadas as bênçãos. Em seguida, é dado o nome da criança. “A retirada de sangue é conhecida como hatafat dam berit, ou seja, extração de sangue da Aliança” 6. Se o pai for capaz de realizar a circuncisão, não é permitido a ele delegar a função a nenhuma outra pessoa. Precisamos esclarecer que não é por meio da cerimônia da circuncisão que o menino é iniciado no judaísmo, isso ocorre no nascimento. A circuncisão é o cumprimento na vida do menino judeu que irá refletir sua fé interior no pacto que Deus selou com seu povo. O Talmude (San’hedrin 44ª) declara: “que um judeu permanece judeu para sempre, mesmo se ele cometer um pecado. Como pecador, ele pode perder certos privilégios, mas não perde seus direitos de judeu”7. Todavia, entre os judeus não há uma definição de quem é judeu. Existem duas maneiras de se fazer parte da comunidade judaica:

1) Segundo o rabino Yits’chac Halevi Herzog, “somente é judeu o nascido de mãe judia. Se a mãe não for judia e o pai sim, o filho não é judeu. A única maneira pela qual alguém cuja mãe não é judia pode tornar-se judeu é convertendo-se. Para a conversão de uma mulher, é necessária a imersão (micvá); para o homem, são necessárias a imersão e a circuncisão. Aqueles que nasceram judeus e os convertidos, declarou o rabino, são judeus para sempre”8;

2) Para o primeiro-ministro de Israel David Ben Gurion (1886-1973), “qualquer um que se declare judeu, viva como tal e esteja interessado no bem-estar dos judeus é considerado judeu, independente da fé professada por sua mãe” 9.

A declaração do primeiro-ministro de Israel está de acordo com a afirmação do apóstolo Paulo, que diz: “Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne. Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não na letra, cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus” (Rm 2.28-29). O mais importante é que a circuncisão tem um significado espiritual de grande importância, pois demonstra que o Eterno Deus requer de seu povo não somente uma aliança externa na carne, mas determina pureza e compromisso interiores, pela circuncisão do coração: “E o Senhor, teu Deus, circuncidará o teu coração e o coração de tua semente, para amares ao Senhor, teu Deus, com todo o coração e com toda a tua alma, para que vivas” (Dt 30.6); e ainda: “Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração e não mais endureçais a vossa cerviz” (Dt 10.16). Podemos ver que a circuncisão do coração era um requisito divino até mesmo para os israelitas que já eram circuncisos na carne.

A verdadeira circuncisão

Uma análise mais profunda da circuncisão nos mostra que este mandamento, dirigido a Abraão, é uma aliança eterna com os filhos de Israel, isto é, uma aliança de afinidade com o povo judeu, por meio da qual o Eterno se compromete em tornar os descendentes de Abraão em uma grande nação e em separá-los como um povo especial para Ele (Gn 12.1-3). Assim, a circuncisão, para o judeu, não é apenas um mandamento, mas uma identificação pessoal e intransferível outorgada pelo Deus de Israel que o diferencia de todas as outras nações. Não se trata apenas de um costume, mas é o elo que mantém unido o povo hebreu através dos séculos: “O povo judeu cumpre com muito amor esta mitsvá (mandamento) há milhares de anos. Só a ordem divina já nos dá motivação suficiente para cumpri-lo” 10.

“Qual é, logo, a vantagem do judeu? Ou qual a utilidade da circuncisão? Muita, em toda a maneira, porque, primeiramente, as palavras de Deus lhe foram confiadas” (Rm 3.1-2); e também “... a adoção de filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas” (Rm 9.4). A circuncisão, como aliança, foi dada por Deus a Abraão em um determinado tempo e espaço com a intenção de gerar para si um povo santo: “Porque eu sou o Senhor, que vos faço subir da terra do Egito, para que eu seja vosso Deus, e para que sejais santos; porque eu sou santo” (Lv 11.45). Portanto, “a circuncisão é, na verdade, proveitosa, se tu guardares a lei; mas, se tu és transgressor da lei, a tua circuncisão se torna em incircuncisão” (Rm 2.25).

“Os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados. Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei, os quais mostram a obra da lei escrita no seu coração, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os, no dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho. Eis que tu, que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus; e sabes a sua vontade, e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído por lei; e confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas, instruidor dos néscios, mestre de crianças, que tens a forma da ciência e da verdade na lei; tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas? Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, comete sacrilégio? Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei? Porque, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós. Porque a circuncisão é, na verdade, proveitosa, se tu guardares a lei; mas, se tu és transgressor da lei, a tua circuncisão se torna em incircuncisão. Se, pois, a incircuncisão guardar os preceitos da lei, porventura, a incircuncisão não será reputada como circuncisão? E a incircuncisão que por natureza o é, se cumpre a lei, não te julgará, porventura, a ti, que pela letra e circuncisão és transgressor da lei? Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne. Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não na letra, cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus” (Rm 2.13-29).

O apóstolo Paulo é taxativo: sem obediência, a circuncisão se transforma em incircuncisão. “Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegaste perto. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derribando a parede de separação que estava no meio, na sua carne, desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, e pela cruz, reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades” (Ef 2.13-16).

O mesmo apóstolo ainda afirmou que a verdadeira “...circuncisão somos nós que servimos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne” (Fl 3.3). Esse argumento do apóstolo Paulo gerou grande conflito, pois os judaizantes eram da opinião de que a circuncisão era medida necessária para salvação. Entendiam que a circuncisão fazia parte do pacto abraâmico, e qualquer indivíduo que não fosse circuncidado não poderia ter a esperança de ser salvo. Logo, todos os circuncidados já estavam automaticamente absolvidos de todo julgamento. “Entretanto, no dizer das Escrituras, qual era o real valor da circuncisão?

a) A circuncisão era o sinal do pacto abraâmico, além de ser um dos muitos privilégios de Israel, o que fazia deles uma sociedade superior (Rm 9.4-5);

b) Tinha valor como preparação para melhores coisas vindouras. Também falava sobre a santificação. Isso teria lugar em Cristo. Falava de identificação com a geração de Abraão, e isso, por sua vez, tipificava o que Deus faria mediante o filho de Abraão, Jesus, o Messias;

c) Falava de um povo que seria separado para a santidade e a salvação. Tornava os homens cônscios de que existiam esses privilégios, e, sabendo-o, talvez os buscassem, se ao menos fossem suficientemente sábios;

d) A circuncisão afetava o órgão gerador, e isso simbolizava a produção de vida. A vida eterna está em Cristo e os homens, por darem atenção à mensagem de Deus e tomando parte em seu conceito, podem aprender acerca da real fonte da vida;

e) Há uma real circuncisão, de ordem absoluta, isto é, a circuncisão do coração. A santificação genuína leva os homens à salvação (Rm 2.29);

f) A circuncisão era um mero sinal. A verdade simbolizada era a salvação. Por igual modo, o batismo é apenas um sinal, um símbolo, e não a substância, ou qualquer parte da substância essencial da salvação (Cl 2.11)” 11.

Na nova aliança, o que precisa ser circuncidado é o coração, e não a carne. Devemos cortar da nossa vida tudo aquilo que seja desagradável e impuro aos olhos de Deus. Muitos cristãos hoje são um testemunho vivo do poder do Espírito Santo que transformou o seu modo de pensar e agir (1Co 6.9-11; Gl 5.22-24; Ef 4.22-24).

O que é a circuncisão?

É a remoção da pele que cobre a glande, ou prepúcio, do pênis. O verbo hebraico mul (circuncidar) é usado em sentido literal e figurativo. O substantivo grego peritomé (circuncisão) significa literalmente “cortar em derredor” (Jo 7.22). O termo grego akrobystía é usado na septuaginta grega para traduzir a palavra hebraica para “prepúcio”, “incircuncisão”, e daí, “gentios” 1.

“A prática de cortar fora o prepúcio do pênis era usada mesmo antes da época de Abraão” 2. Os egípcios praticavam a circuncisão, e também os moabitas, os amonitas e os edomitas. Mais tarde, os samaritanos que aderiram aos requisitos especificados no Pentateuco também foram circuncidados. Por outro lado, os assírios, os babilônios (como todos os semitas orientais), os gregos e notavelmente os filisteus não praticavam a circuncisão. Estes últimos, especialmente, são mencionados de modo depreciativo como “incircuncisos”, e foi das lutas contra eles que Davi trouxe como troféu os prepúcios (Jz 14.3; 15.18; 1Sm 14.6; 17.26; 18.25-27; 2Sm 1.20; 1Cr 10.4).

Notas:

1 Livro Judaico dos Porquês. Alfred J. Kolatch. Ed. Sefer. Vol 2. p. 138.
2 Livro Judaico dos Porquês. Alfred J. Kolatch. Ed. Sefer. Vol 2. p. 138.
3 Livro Judaico dos Porquês. Alfred J. Kolatch. Ed. Sefer. Vol 1. p. 257.
4 Nos Caminhos da Eternidade. Rabino Issac Dichi. pp. 146,147.
5 Livro Judaico dos Porquês. Alfred J. Kolatch. Ed. Sefer. Vol. 1. p.22.
6 Livro Judaico dos Porquês. Alfred J. Kolatch. Ed. Sefer. Vol 2. p. 141.
7 Livro Judaico dos Porquês. Alfred J. Kolatch. Ed. Sefer. Vol 2. p. 21.
8 Livro Judaico dos Porquês. Alfred J. Kolatch. Ed. Sefer. Vol 2. p. 19.
9 Livro Judaico dos Porquês. Alfred J. Kolatch. Ed. Sefer. Vol 2. pp. 19-20.
10 Nos Caminhos da Eternidade. Rabino Issac Dichi. p. 145.
11 Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia.
R.N. Champlin / J.M. Bentes. Ed. Candeia. Vol. 1. p. 748.

quinta-feira, 15 de março de 2012

A UNÇÃO PARA CONSAGRAÇÃO DO SACERDÓCIO ERA A MESMA PARA UM LEPROSO.

 

A história de um leproso passa por várias etapas diferentes e estas etapas estão associadas intimamente com a fala e com aquilo que se fala!

As escrituras nos falam sobre isso e nos informam a gravidade da situação desta pessoa que passa do convívio normal na sociedade ao ostracismo forçado por sua postura para com seu próximo – mais exatamente por suas palavras contra seu próximo. A Torah nos declara assim sobre o leproso:
“Falou mais o IHVH a Moshe e a Aharon, dizendo: quando um homem tiver na pele da sua carne, inchação, ou pústula, ou descoloração, na pele de sua carne como praga da lepra, então será levado a Aharon, o sacerdote, ou a um de seus filhos, os sacerdotes. E o sacerdote examinará a praga na pele da carne; se o pêlo na praga se tornou branco, e a praga parecer mais profunda do que a pele da sua carne, é praga de lepra; o sacerdote o examinará, e o declarará por imundo. Mas, se a mancha na pele de sua carne for branca, e não parecer mais profunda do que a pele, e o pêlo não se tornou branco, então o sacerdote encerrará o que tem a praga por sete dias” (Lv 13:1-4). Neste texto percebemos que existe um sinal visível – físico – que define a praga de lepra! O texto nos fala sobre uma “pústula” na carne. Esta palavra vem do termo hebraico “se´et” e significa “pústula branca”. Este é um sinal da lepra, que é especificamente descrito como sendo branco. De acordo com muitas fontes a palavra “se´et” vem da raiz nassa significando “elevado” por que ela apresenta estar mais alta que a pele, embora ela não seja fisicamente mais alta que a pele. Uma outra palavra que acompanha o texto, “descoloração” vem do termo hebraico “sapachat” e de acordo com o Talmude este é um tipo secundário de marca, de um branco levemente mais desbotado que o se´et.
Já a palavra “praga” em hebraico é nega´ e significa “golpe, praga, doença”. Esta palavra no hebraico refere-se a um golpe físico ou a um castigo que um suserano aplica a um vassalo. Geralmente é D-us quem desfere a punição ou a enfermidade.
Entendemos o seguinte: a lepra – via de regra – era um modo visível de externar aquilo que havia acontecido entre uma pessoa e seu semelhante e também entre uma pessoa e seu Criador! A lepra é um símbolo da força do pecado que é manifesta fisicamente na pessoa, tornando-a inacessível e também indesejável por parte de seus semelhantes! Esta pessoa deveria ficar fora do arraial dos israelitas justamente por causa do golpe que ela sofrera em relação à enfermidade da lepra! Esta separação já funcionaria como um tipo de “castigo”; além disso havia a própria discriminação sofrida pelo leproso e ainda o sentimento de “inferioridade” que certamente permeava a alma de tal pessoa!
Há ainda o caso de rebelião, que trazia sobre o rebelde a consequência da lepra! Temos o caso de Mirian e Uzias que em tempos diferentes e ocasiões diferentes manifestaram a mesma atitude e receberam a mesma punição!
A lepra não poderá ser diagnosticada senão pelo sacerdote. “E o sacerdote o examinará, e eis que, se a pústula na pele se tem estendido, o sacerdote o declarará por imundo; é lepra” (Lv 13:8). A palavra “lepra” em hebraico é tsará e significa “sofrer doença de pele, ficar leproso”. Esta palavra originou outro termo que é tsara´at que por seu turno significa “doença maligna de pele, lepra”. Nós percebemos que a lepra é uma doença superficial porém visível e repugnante! O próprio termo em hebraico designa uma doença de pele, ou seja, algo que atinge – a princípio – somente a pele da pessoa e depois aprofunda-se trazendo graves consequências ao seu portador! O interessante é que a própria palavra demonstra que a doença é de origem maligna! É um sintoma físico de um defeito espiritual, ocorrendo principalmente em indivíduos de alto nível espiritual, cujas funções corporais ficam sujeitas a seu estado espiritual. Isso nos mostra que a rebelião oferece uma “porta” de entrada para a atuação maligna na vida das pessoas! Este fato nos mostra por que somente o sacerdote – e não o médico – poderia dar o “diagnóstico” desta doença!
As feridas aparentes na carne demonstram que ainda há algo de “errado” com esta pessoa. “E o sacerdote o examinará, e eis que, se há inchação branca na pele, a qual tornou o pêlo em branco, e houver carne viva na inchação, lepra inveterada é na pele da sua carne; portanto, o sacerdote o declarará por imundo; não o encerrará, porque imundo é” (Lv 13:11). Esta situação certamente caracteriza algo ainda muito sério: existem, no interior desta pessoa, grande feridas abertas que estão sendo manifestas através da lepra como “carne viva” na pele do doente!

Língua má

Segundo a tradição judaica a causa da lepra está na língua! “E o sacerdote, examinando a chaga, e eis que, se ela parece mais funda do que a pele, e pêlo amarelo fino há nela, o sacerdote o declarará por imundo; é marca calva, é maldição leprosa da cabeça ou da barba” (Lv 13:30). A palavra “marca calva” em hebraico é neteq e significa “infecção cutânea”. Na realidade a lepra possui uma variação que causa infecções na pele e que a tornam como caracteristicamente uma doença da superfície da pele! Sobre este verso a Torah comenta: “O Midrash escreve que a pessoa é atacada pela lepra por causa do pecado da calúnia e da maledicência. Faz esta dedução transformando a palavra “metzorá”(leproso) por “motzirá” (faz sair o mal da boca). O leproso devia morar fora do acampamento, tal como o caluniador que deve ser isolado por causa de sua má língua!
O caluniador é mais culpado que o assassino, pois este mata só uma pessoa, e o caluniador mata três (ele mesmo, quem dá ouvidos e o caluniado). Mesmo quando não se dá fé ao caluniador pelo que disse, alguma coisa fica na memória contra a vítima. A má língua foi comparada a uma flecha e não a uma espada, pois ela mata mesmo de longe; o caluniador está em Roma e mata na Síria; está na Síria e mata em Roma. Quatro categorias de pessoas não gozarão do esplendor divino: os caçoístas, os hipócritas, os mentirosos e os que falam mal do próximo”.
Isso nos demonstra o quanto está relacionado o interior do ser humano com suas atitudes exteriores! Na atualidade ninguém é punido pelas chamadas “autoridades eclesiásticas” por falar mal de outrem, pois este tipo de pecado não é “aparente”. Porém existem grandes e graves punições para aqueles que cometem os chamados “grandes pecados” como adultério, assassinato e roubo!
Entendemos que a “lepra” é então um sinal visível do pecado invisível e na grande maioria das vezes fica oculta sob outros sintomas físicos que atingem a vida de uma pessoa. Perceba que a maioria dos atingidos é de pessoas “crentes” que “temem ao Eterno” e que tem algum conhecimento de sua Palavra! Aos incrédulos as “punições” são muito mais intensas e menos sutis do que aos crentes!
Certamente entendemos que a manifestação da lepra – ou dos sintomas que a acompanham – deveriam gerar nas pessoas uma condição de reflexão sobre aquilo que fez – e o que disse também – para depois chegar a fazer teshuva – arrependimento – e finalmente fazer a reparação pedindo perdão para o próximo e também para o Eterno.
Podemos reparar que o caminho da “volta” é bem mais longo do que a “ida”, período este no qual externamos nossas “opiniões singelas e inocentes” acerca da vida de nosso próximo gerando então esta doença espiritual que tem manifestações físicas que fazem com que esta pessoa fique com sua pele marcada – e consequentemente visível à todos – e também com sua alma dilacerada pela culpa daquilo que disse e do mal que causou ao atingido pela lashon hara – maledicência. O retorno requer muito mais do que um simples pedido de “desculpas”; este processo começa com o isolamento de sete dias do culpado fora do acampamento! Isso significa que o Eterno deseja levar tal pessoa a uma reflexão de seus atos chegando assim à plenitude do arrependimento e podendo então dar início à sua cura e consequentemente à sua “volta” ao convívio social! Isso tudo é necessário por que o leproso não pode conviver com outras pessoas, pois ele poderá contaminar estas pessoas com a lepra que saiu de sua boca! Podemos chamar esta pessoa de “fofoqueiro” e tal postura certamente “contamina” aqueles que estão ao redor deste indivíduo! A fofoca além de contaminar, mata.
É interessante que neste caso a punição não vem de qualquer autoridade terrena; o próprio Eterno se encarrega de mostrar aquilo que está oculto, ou seja, Ele mesmo revela que o estado físico daquela pessoa aponta para algum problema espiritual que precisa ser resolvido! E, caso não haja teshuvá, esta pessoa poderá ter um agravamento desta doença que poderá lhe trazer ainda muitos outros males e consequências inimagináveis!
Mas, quando o corre a teshuvá, então após os sete dias é hora do início do processo de restauração!

O processo de restauração e retorno

“Depois falou o IHVH a Moshe, dizendo: esta será a lei do leproso no dia da sua purificação: será levado ao sacerdote, e o sacerdote sairá fora do acampamento, e o examinará, e eis que, se a praga da lepra do leproso for sarada, então o sacerdote ordenará que por aquele que se houver de purificar se tomem duas aves vivas e puras, e pau de cedro, e carmesim, e hissopo” (Lv 14:1-4).
Ser purificado - para o leproso - significava começar a vida de novo, e isto é uma figura do novo nascimento em Ieshua. Tal ato era precedido de sua apresentação ao sacerdote que o examinava e o declarava limpo e portanto apto para poder entrar novamente na presença do Eterno!
O leproso não se podia curar a si mesmo, nem se pronunciar limpo; nem tinha condições de ir procurar o ministro de D-us: o sacerdote é que tinha que ir ao seu encontro, fora do arraial. Quando acontecia a cerimônia de purificação era morto um pássaro e outro seria solto ainda vivo! O pássaro morto representava a necessidade de uma vida para recuperá-lo – alguém inocente deveria morrer para que o leproso pudesse ser sarado; já o pássaro vivo que se soltava representava sua própria vida – a do leproso - que se renovara no ato da purificação, mas não se “soltava” antes de ter sido molhado com o sangue do pássaro sacrificado. O cabelo cortado e raspado sugere o desembaraço das coisas antigas, para agora passar a uma vida nova, de liberdade. A unção simbolizava que a vida do leproso passara a estar aos cuidados do grande Médico.
As duas aves puras representam a aliança de D-us feita com o homem e confirmada em Ieshua! Estas aves deveriam ser “casher” não de espécies proibidas, pois as lepras veem como resultado de maledicência, que é um ato de falar demasiadamente mal, por isso foi necessário trazer a sua purificação os pássaros, que tagarelam continuamente através de seus pios.
Após isso feito, ao oitavo dia, seriam oferecidos três cordeiros ao Senhor juntamente com três medidas de flor de farinha com azeite! Os animais simbolizam as três áreas do homem que seriam restauradas: corpo, alma e espírito. Também as três medidas de flor de farinha nos falam sobre o melhor de nossas vidas – também nas três áreas citadas – que seriam oferecidas ao Eterno juntamente com azeite – que é símbolo da unção do Espírito! A vida sem “unção” não é recebida pelo Senhor!
No verso 11 temos outros detalhes importantes: “E o sacerdote que faz a purificação apresentará o homem que houver de purificar-se, com aquelas coisas, perante o IHVH, à porta da tenda da congregação” (Lv 14:11). O que merece destaque é que há uma necessidade de se apresentarem com tudo perante o Eterno (IHVH). Isso significa que o Eterno se tornaria para aquele homem justamente o que ele estaria precisando: purificação! Este encontro ocorreria à porta da tenda da congregação. A palavra “tenda” em hebraico é ohel e significa “tenda, habitação”. Já a palavra “congregação” em hebraico é mo´ed e significa “local determinado, tempo determinado, local de assembléia, festa designada”. Outra vez percebemos que o Eterno – Aquele que se torna aquilo que precisamos – marca com o homem um encontro em sua habitação que é o local determinado, no tempo determinado, a fim de ali realizar com ele – o pecador – uma festa, que é feita por causa da reconciliação entre D-us e o homem!
Após ter sido feito o sacrifício então novamente o sangue será posto sobre três lugares no corpo do ex-leproso. “E o sacerdote tomará do sangue da expiação da culpa, e o porá sobre a ponta da orelha direita daquele que tem de purificar-se e sobre o dedo polegar da sua mão direita, e no dedo polegar do seu pé direito” (Lv 14:14). As três áreas citadas representam:
Sangue na orelha direita – aquilo que ele ouve seria purificado;
Sangue no polegar da mão direita – aquilo que ele toca seria purificado;
Sangue no dedão do pé direito – os lugares por onde ele anda seriam purificados.
A direita dá uma idéia de poder sendo transmitido (pela mão direita). Isso significa que o ex-leproso recebeu sobre todas as áreas de sua vida poder restaurador (redentor, dando a ele uma nova vida) que o capacita a retornar à vida de forma plena!
Vamos tentar imaginar a cena: o ex-leproso agora na porta a tenda da congregação diante de todos os israelitas, já teve todos os pelos e cabelos de seu corpo raspados – o que significa que esta pessoa torna-se como um recém-nascido – e agora recebe uma unção extraordinária: a mesma unção para a consagração do sacerdote! Isso nos mostra que esta pessoa que pecou e saiu para fora do arraial agora está sendo reintegrada e recebida den tro da comunidade com honras semelhantes àquelas dadas ao sacerdote no dia de sua unção e consagração! Agora, o ex-leproso é visto novamente como um criatura restaurada, como alguém que após um período e sete dias arrependeu-se e agora pode voltar ao convívio de sues irmãos e familiares sem qualquer reserva. Ele agora é novamente um membro ativo da congregação de Israel. A Torah e a tradição nada dizem sobre isso, mas eu creio que esta pessoa era recebida com festa e havia muita alegria entre o povo, pois o irmão se se “perdera” por causa de suas palavras agora retorna com uma consciência restaurada e com um postura quecertamente evitará que ele cometa aquele pecado novamente!
Que o Eterno nos ajude a fazermos teshuva e novamente sermos reintegrados ao seu povo com festa e regozijo!
Mário Moreno

terça-feira, 13 de março de 2012

Carta ao Homem

Por Pedro J. Bondaczuk


O caminho do sucesso é estreito e acidentado e quando as pessoas conseguem obtê-lo, às vezes se decepcionam por não se sentirem felizes com os resultados. Aliás, trata-se de um conceito bastante subjetivo, este que se refere ao êxito, com significados diferentes de um indivíduo para outro.
É algo que não se obtém por acaso. Precisa ser cuidadosamente planejado e incessantemente buscado, sem esmorecimento ou desânimo. Além disso, não é um certificado de garantia de que quem o obtenha será feliz.

O doutor Lair Ribeiro define com precisão: “Sucesso é conseguir o que você quer. Felicidade é querer o que você conseguiu”. Muitos optam pelo primeiro e envelhecem desiludidos e amargos, abreviando suas vidas. Outros, apostam no segundo e terminam seus dias na Terra dando preciosas lições de sabedoria e de amor ao próximo.

Viver é, além de uma maravilhosa oportunidade, uma inigualável aventura e um enorme privilégio, sobretudo uma arte. O escritor João Guimarães Rosa coloca na boca de um de seus tantos personagens a seguinte observação: “O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim. Esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”.
Este é o diferencial entre os que conseguem chegar a uma avançada idade com lucidez, produtividade e, sobretudo, alegria e os que envelhecem melancolicamente, se auto-desrespeitando e sendo alvos apenas da indiferença ou, quando muito, piedade alheias.

A artista plástica Diana Santos, entre seus inúmeros trabalhos, pintou um quadro comovedor, que intitulou “O Velho”. A figura do ancião retratado na tela passa uma magia, uma ternura, uma doçura incomparáveis. Outro dia, ela revelou que esse homem frágil e ao mesmo tempo forte, existe. Não se trata de alguma pessoa de sua família, nem de alguém que tenha tido todas as facilidades na vida para chegar à idade que chegou. Ela própria dá a identificação: “Seu nome é Domingos. Sua profissão, vendedor de vassouras. Sua moradia, de favor na casa de alguém. Seu objetivo, amar e viver, pelo homem e com o homem, por Deus e com Deus”.

Essa humilde figura, revestida de tamanha grandeza, fez com que a artista se sentisse insatisfeita somente em retratar o seu porte. A linguagem dos traços, das tintas, do jogo de luz e sombras, foi insuficiente para Diana expressar a impressão que o senhor Domingos lhe passou, a despeito da excelência do quadro. Por isso, recorreu à poesia, a esta “Carta ao homem e à vida”: “Ele usa sua sabedoria, com sabedoria. Usa sua idade com inocência. A curvatura de suas costas mostra sua experiência. Não enxerga, mas vê como se vê através da água. Seus olhos azuis brilham e amam.

A dor de sua vida encara como se fosse um carinho, um presente de Deus. Sua roupa velha e surrada serve somente para cobrir e aquecer seu corpo cansado, sem cobrir sua beleza e riqueza. Sorri e conversa lhe dando amor, vida, alegria, força, fé, amizade, carinho e felicidade. Seus 80 anos ou mais trabalham com a alegria e a força que necessita para viver”.

Está aí um homem sábio que soube ser feliz com quase nada. Superou deficiências, equacionou ambições, racionalizou metas e encontrou um objetivo simples, um significado amplo para a vida. Poucos conseguem isso. Quem o diz é um dos homens mais sábios do nosso tempo, Albert Einstein, que sentenciou: “É estranha a nossa situação aqui na Terra. Cada um de nós vem para uma curta visita, sem saber porque, embora às vezes possamos prever algum objetivo”.

Felizes das pessoas que o prevêem! O cidadão Domingos, 80 anos, cujo sobrenome desconheço, descobriu o óbvio, que cientistas, filósofos, artistas e muitos gênios jamais atinaram. Ou seja, que o maior objetivo da vida é amar e viver...Simples assim.

segunda-feira, 12 de março de 2012

FOTOS RENOVO CABO FRIO - MARÇO DE 2012


ESTAVA COM SAUDADES DO RENOVO, DEPOIS DA NOSSA CONFRATERNIZAÇÃO EM  DEZEMBRO VOLTAMOS COM O GRUPO, NESTE MÊS DE MARÇO.
ACOMPANHE ALGUMAS FOTOS DO GRUPO.
Pb. Claúdio, Pr. Gil e Eduardo
Café da manhã
Pb. Marcondes, Waldemir, Walter, Joaquim
Irmão Nieto de Guaratinguetá
Irmão Carlos só no paparazi
Oração de agradecimento
Sr. Joaquim 
Eduardo
Aniversariantes do mês (na esquerda Bruno, Tiago e Joaquim)
OBRIGADO SENHOR MAIS UM ANO DE VIDA,
NOS CONDUZA DE BAIXO DA SUA PRESENÇA
HORA BOA HEIN!!! HUMMMM!!!!!

sexta-feira, 9 de março de 2012

HOMENS COMPROMETIDOS 2012


PROJETO FILHOS DO HOMEM (jo 17:21)
Todas as sextas feiras à partir das 20h na casa de
festas Nosso Sonho. Em 10 Abril começaremos uma nova etapa as terças feiras, com mais um endereço para encontros do MHC.
(Homens mais parecidos com o Filho de D'us)


PROJETO RENOVO DE HOMENS

SERÃO 9 ENCONTROS NESTE ANO:
Março - 09 à 11
Abril - 20 à 22
Maio - 25 à 27
Junho - 29 à 01
Agosto - 03 à 05
Setembro - 21 à 23
Outubro - 26 à 28
Novembro - 16 à 18
Dezembro - encerramento (Formatura)

O Renovo está com a primeira turma em andamento, caminhamos durante todo o ano de 2011, foram  trabalhadas várias áreas da nossa vida, nesta turma não existe a possibilidade de entrar mais pessoas pois seria como pular etapas. Nesta condição está aberto vagas para pré-encontros, onde os irmãos poderão ir ao renovo e conhecer sua metodologia já podendo se considerar parte da próxima turma que dará início em março de 2013. Certo da compreensão dos irmãos.

MINISTÉRIO HOMENS COMPROMETIDOS

domingo, 4 de março de 2012

AMOR DE VERDADE. AMOR QUE ETERNIZA.



Um senhor de idade chegou num consultório médico, para fazer um curativo em sua mão onde havia um profundo corte. E muito apressado pediu urgência no atendimento, pois tinha um compromisso. O médico que o atendia, curioso perguntou o que tinha de tão urgente para fazer.
O simpático velhinho lhe disse que todas as manhãs ia visitar sua esposa que estava em um abrigo para idosos, com mal de alzheimer muito avançado.
O médico muito preocupado com o atraso do atendimento disse:
- Então hoje ela ficará muito preocupada com sua demora?
No que o senhor respondeu:
-Não, ela já não sabe quem eu sou. Há quase cinco anos que não me reconhece mais.
O médico então questionou:
- Mas então para que tanta pressa, e necessidade em estar com ela todas as manhãs, se ela já não o reconhece mais?
O velhinho então deu um sorriso e batendo de leve no ombro do médico respondeu:
-Ela não sabe quem eu sou.. .Mas eu sei muito bem quem ela é!
a.d.
Esse é o tipo de amor que quero para mim e que dou a quem tanto amo.
Amor sem limites, amor de verdade, amor doação, amor entrega…
Amor por amar…
Quero poder daqui a anos ainda guardar aquele brilho no olhar ao ver minha esposa desejar-me um bom dia quando eu acordar; voltar correndo para dar um beijo antes de ir ao trabalho caso eu saia apressado e esqueça de beijá-la; quando chegar em casa à noite, se ela já houver retornado, ser recebido com muito amor, carinho, e apaixonar-me por ela naquele instante novamente após um longo beijo.
E quando já estivermos velhinhos, quero permanecer ao lado dela, aconteça o que acontecer, porque jamais esquecerei da importância dela em minha vida.

O texto é realmente lindo. Lembra-me de dois filmes: “O filho da Noiva”. Um filme argentino excelente. Fala justamente desse amor. De um velhinho e sua amada, que tem mal de alzheimer, e "O Diário de uma paixão". Quem assistiu aos filmes sabe que eles todos os dia estavam lá no abrigo, mesmo com elas nem se lembrando mais deles… Lembro-me também das lágrimas em meu rosto vendo aquelas cenas. Lindo demais.
Que amor…
Amor de verdade…
Amor pra sempre…
Amor pra eternidade.