quinta-feira, 2 de agosto de 2012

NA VERDADE A GRAÇA SEMPRE FOI GRAÇA.


Uma das grandes discussões na atualidade entre os teólogos é sobre a GRAÇA ter vindo após Jesus e antes d'Ele era somente LEI, mas não é o que a Bíblia diz. Desde sempre a graça estava disponível para o homem desfrutar.]
Se observar-mos o texto de Gênesis 6:8 "Noé, porém, achou graça aos olhos do SENHOR". e não para por aí, ele constrói uma arca por anos e pregando sobre o dilúvio, se alguém desse credito a sua pregação e entrasse na arca, mesmo sem fazer nada iria ser salvo da destruição, ou seja , GRAÇA. Não mereço, não construí o meio de transporte para salvação, mas está disponível pra mim. É assim desde sempre, D'us sempre liberou sua graça e também nos ensinou a sermos graciosos. Os livros (pentateuco) chamados por muitos de velho testamento ou Lei trazem estas verdades, por exemplo: Em Êxodo está registrado que Israel foi escravo no Egito por 430 anos e quando D'us os livra e lhes dá a instrução de como viver de uma maneira correta que lhe agrade, D'us diz para que os israelitas tratassem os estrangeiros muito bem, dando tudo o que fosse preciso ( segurança, estada, alimento etc.) ou seja , GRAÇA , não são seus irmãos, vc não os conhece porém faça por ele mesmo sem merecer, presente imerecido (GRAÇA) . Vc pagava por um escravo, era seu. Mas depois de 7 anos vc teria que lhe dar a liberdade.  são inúmeras amostras de GRAÇA que temos onde se acham que existem somente LEIS. Pense, Reflita e Transforme sua mente na mente de Yeshua. Use a GRAÇA E DÊ A GRAÇA.


Shalom


Marcondes Gomes

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Quatro Pilares da Amizade Masculina




                   Como é que você pode aprender a ser um homem sábio e maduro, um provedor e protetor forte, um bom marido e pai? Andando com outros homens que buscam o mesmo alvo.
                   Você já tem um bom amigo? Se você tem um bom colega, até que ponto vocês são chegados? Nossas amizades, como qualquer estrada indo para um destino digno, têm alguns marcadores de quilometragem ao longo do caminho. Indicadores simples de “onde estamos”. Para os nossos propósitos aqui, deixe-me sugerir quatro marcadores que são indicadores críticos da direção de cada amizade.


Marcador #1 – Aceitação:
                   Nós escolhemos aceitar um ao outro como somos, sem condições. “Você sempre será meu amigo. Eu guardarei sua confiança. Você pode confiar em mim.”
                   A amizade entre Davi e Jônatas foi uma coisa lendária. Como seus corações se ligaram (1 Sm 18.1)? Eles começaram onde eu e você temos de começar. Com aceitação.
                   Uma vez que nossas forças e habilidades são presentes de Deus, e todas as nossas fraquezas são comuns ao homem, não deveríamos aceitar uns aos outros?


Marcador #2 – Afirmação:
                   Nós nos comprometemos a encorajar um ao outro mediante a expressão genuína de interesse e encorajamento regular. “Eu me concentrarei em preencher suas necessidades, não as minhas.”
                   Afirmação é uma força poderosa. Não bajulação, mas afirmação verdadeira. Pois alguns ouviram tantas palavras de rejeição e maldição que não conseguem aceitar a si mesmo como são.
                   Todo homem anseia pela aprovação do pai. Sempre foi assim, desde o começo do tempo. Filhos precisam de seus pais. Homenzinhos precisam de homens grandes. Homens crescidos precisam uns dos outros. Um homem não pode afirmar-se a si mesmo. Quando relacionamentos masculinos saudáveis – especialmente relacionamentos paternos – estão ausentes, os meninos crescem com um senso corrosivo de vazio e desorientação. Então tentamos achar afirmação no emprego, no carro, na casa, na riqueza, no sexo, nos esportes, etc.
                   Um homem faria tudo por afirmação. Mesmo morrer por ela. Mas ele não deveria ter de fazer isso. Um amigo faz isso.


Marcador #3 – Acompanhamento:
                   Nós estaremos em contato um com o outro em áreas-chave do nosso crescimento pessoal e espiritual. Nosso alvo é tornar-nos homens espirituais. “Porque eu me preocupo com você, eu o advertirei quando vir perigo à sua frente.”
                   Ao usar o termo acompanhamento no sentido de prestação de contas, algo fica meio atravessado na nossa garganta. Porém, amizades que continuam a subir e subir grandes montanhas da vida, carecem desse ingrediente.
                  A ênfase não é em ser punitivo ou controlador, mas preventivo. É agir como uma cerca de proteção humana para você. Não é gritar depois que o seu irmão caiu no precipício: “Está vendo, seu burro?”. É para dizer: Cuidado! Por aí é perigoso! Venha por aqui.”

Marcador #4 – Autoridade:
                   Nós reconhecemos e, se necessário, lembramos uns aos outros a suprema autoridade de Deus nas nossas vidas. Para entender completamente tal autoridade, devemos aprofundar-nos cada vez mais na Sua Palavra. “Eu me submeterei à liderança de Cristo em tudo.”
                   Autoridade é a base da obra de nivelamento e o leito que sustenta tudo o que está na estrada. Autoridade significa que Deus faz as regras. Ele fez tudo, não é? Ele detém todas as patentes originais, todos os direitos autorais. Ele é o nosso chefe. Estar sob autoridade de Deus é ter base sólida para as nossas amizades. Vivemos em segurança quando estamos debaixo da Sua autoridade.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

"PREGUE SEMPRE O EVANGELHO. SE NECESSÁRIO , USE PALAVRAS".

“Pregue sempre o evangelho. Se necessário, use palavras”. A frase, atribuída a Francisco de Assis, significa que nosso compartilhar do evangelho deveria ser solidamente fundamentado em boas obras. O que fazemos deveria convencer as pessoas sobre aquilo que cremos, antes mesmo de abrirmos a boca.


 

Aqui no Brasil nunca antes o evangelho esteve tão exposto, via rádio e TV, e ao mesmo tempo nunca esteve tão desacreditado. O motivo é que nós crentes falamos demais e fazemos de menos. Tagarelamos o evangelho ao invés de pregar.


 

Matthew Parris, um ateu, escreveu um artigo para The Times em que descreve um tipo de cristianismo que não estamos acostumados a ver: um tipo que age, serve, cumpre sua tarefa de forma discreta – sem com isso deixar de compartilhar o evangelho de forma clara e explícita, mas na hora certa e no momento adequado.


Fiz questão de colocar uma foto de Madre Teresa pois ela foi uma mulher que perdeu sua vida para cuidar dos pobres, isso lhe rendeu alguns premios como o de "Bom Samaritano", "O premio Nobel" entre outros, mas o que mais ela me ensinou foi em uma entrevista a um jornalista que a perguntou o pq ela não teria ido receber o premio nobel, já que se falava em bastante dinheiro a receber, a resposta dela foi : Não irei receber este premio pois eu fracassei em meu objetivo, enchergaram a madre Teresa e não Jesus. 

Viva o evangelho.


 

terça-feira, 22 de maio de 2012

O privilégio de ter e ser um discipulador


“Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina.” 2 Timóteo 4:2

Jesus sempre levantou, levanta e levantará alguém para cuidar e ensinar aquele que decidiu entregar sua vida a Cristo. O cuidado e amor de Deus para conosco é muito grande. Como não podemos ver a Deus, Ele escolhe pessoas para representar o Seu amor aqui na terra e as capacita para tal. Capacitação que não vem de homens, mas, do Espírito Santo. Para isso, Deus conta com pessoas de corações dispostos a servi-lo.

É maravilhoso ter alguém que lhe ensina a Palavra, cuida, corrigi em amor, celebra ou chora junto. Como é admirável também ver que você semeou a boa Palavra, o carinho e o amor na vida de alguém e ela está crescendo em Cristo e com Cristo.

A ordem de Jesus para fazer discípulos é para todas as pessoas que já fizeram uma aliança com Ele e são discípulos: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado.” (Mateus 28:19-20)

Como podemos observar nos versículos de Mateus acima, além de fazer discípulos, é necessário ensiná-lo a guardar os preceitos do Senhor. Quem não é discípulo nunca vai conseguir ensinar a outros a serem discípulos. Quando faço referência à palavra “discípulo”, não me refiro a alguém que freqüenta uma igreja ou alguém que levantou a mão em um culto para aceitar Jesus como Senhor e Salvador das suas vidas, apenas, mas sim no sentido de ouvir, ler a Palavra e acima de tudo praticá-la observando os princípios do Senhor. Ser discípulo vai além de congregar em uma igreja, participar de uma célula...

Mas, para ser discípulo e discipulador exige uma coisa: negar-se a si mesmo. Tem que mortificar o EU. “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.” (Gálatas 2:20) Isso não é fácil. Porém, ao fazermos isso a vida de Cristo abunda em nós e o Espírito Santo fica livre para agir em nós e através de nós. Que recompensa maravilhosa!

O relacionamento entre discípulo e discipulador envolve amor, fidelidade, retidão de caráter, santidade, obediência, honra e, o negar-se a si mesmo das duas partes. Ambos precisam refletir a imagem de Cristo.

Como é bom ensinar os preceitos do Senhor para uma pessoa e vê-la crescendo nos caminhos de Deus. Não há recompensa maior, aqui na terra, para aqueles que amam verdadeiramente o Senhor. É muito lindo também sentir-se cuidado por alguém.

“A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração.” (Colossenses 3:16 )

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Não percam

A disciplina do tempo.

Texto: Eclesiastes 3.1-15
Introdução: Andamos perdidos no tempo! Mesmo cristãos andam afirmando que seu tempo não dá para nada e que seu dia teria que ter o dobro das horas para possibilitar o cumprimento de sua agenda! O que isto significa? O que a Palavra de Deus tem a nos dizer acerca disto?
1. A Palavra nos afirma que TUDO tem o seu tempo DETERMINADO: O nascer, o adolescer, o amadurecer, casar, envelhecer, morrer e etc. Quando tentamos fazer as coisas ou viver a vida fora do tempo determinado por Deus ou atropelando o “ciclo da vida”, corremos sérios riscos.
2. Kronos  x Kairós – Tempo do Homem x Tempo de Deus
3. O Sentido de “Há tempo...” – Houve provisão de tempo, existe tempo, o tempo é suficiente, para se viver a vida e as ações da vida, de modo produtivo e exitoso, quando vivemos do ponto de vista de Deus...
4. O tempo EXISTE para tudo aquilo que na vida se converte em um PROPÓSITO! O que é um propósito?
  • Um PROPÓSITO é uma determinação (atitude) interior, fruto de análise e reflexão, que gera e nutre uma AÇÃO exterior!
  • A questão das Prioridades da Vida, claramente estabelecidas por Deus em Sua Palavra – Ef  5 e 6
5. Sua agenda precisa converter-se em sua SERVA e não tornar-se sua SENHORA !
6. O Significado do ENTRETEMPO e seu uso como fator importante para vencer o estresse.
  • Aprendendo a estar completamente presente no seu AGORA! Experiências pessoais.
Conclusão: Quem quer hoje converter o seu tempo, entregar sua agenda ao Pai? Quem anda estressado, exausto, por estar vivendo um estilo de vida não compatível com a direção de Deus, conformando-se às imposições de uma sociedade que perdeu o rumo? É possível estar desgastado também por tentar fazer o que Deus não mandou ou tentar fazer mais do que ele requer.
A diferença entre Gastar-se e Desgastar-se. 2 Co 12.15
Gastar-se é o processo natural da vida; desgastar-se é o processo anti-natural, doente...
Viver uma vida fora dos padrões estabelecidos por Deus é uma expressão de pecado e como tal requer reconhecimento, arrependimento e confissão!
Que o Senhor tenha misericórdia de todos nós!

terça-feira, 24 de abril de 2012

Os quatro pilares da masculinidade


TEXTO CHAVE: Genesis 1:27
  
Quando Deus criou o mundo,ele criou o homem macho que lembra masculinidade.
Para muitos homens hoje em dia masculinidade é caracterizado por força, por ser viril, (enérgico), ser machão, ser o bambam, ser o cara, estilo Tom Cruise, e Brad Pit.
Mas para Deus, e para os homens cristãos os valores são outros.
Pois nos não somos moldados pelos valores do mundo, mas sim pelos valores da palavra de Deus

Os quatros pilares:
Existem 4 pontos na bussola
Existem 4 estações no ano
Existem 4 elementos no planeta: terra, vento, fogo e água.

Existem 4 pilares na vida de um homem,fundamentais para dar estrutura na sua vida. Pilar lembra sustentação.
Pilar - coluna que sustenta uma construção, arrimo, segurança, apoio.

São 4 pilares para qual cada homem deve marchar e buscar para sua vida se escolher ser um homem completo.
São eles:

1)    Rei
2)    Guerreiro
3)    Mentor
4)    Amigo

Esses pilares fornecem a força e a combinação para ser um homem abençoado e bem sucedido.

Combinando perfeitamente uns com os outros, eles refletem a luz dAquele a imagem de Quem foram criados.

A medida que estiverem equilibrados, a imagem é clara de um homem cujo coração de Deus. Um homem que é um imitador de cristo.I Cor 11:1.

Essa imagem é refletida, e todos os que estão ao seu redor prosperam.

A medida que o homem não busca esses pilares, e eles são violados e rebaixados, a imagem do homem fica distorcida e a conseqüência disso é a dor do que estão ao seu redor.

Gosto de chamar estas qualidades de os quatro pilares inabaláveis da masculinidade. Esses pilares são visíveis nas sagradas Escrituras de Deus quanto na história secular do homem(em outras palavras tantos divinos como humanos).
No homem, às vezes estão sem equilíbrio e distorcidos. Em Cristo, eles manifestam majestosamente no Homem supremo.
São características de Cristo que devem ser impressas na vida do homem, como impressão digital daquele que um dia nos formou. O marco indicador do artista, a assinatura de Deus na sua criação.

1º Rei- Gênesis 2:15, Salmo 8:4-8
O homem (Adão) é instruído ao lado da Nascente Gênesis a “ter domínio”.
Somos chamados a liderar e isso não é opcional, Deus descreve a liderança do Homem no lar como cabeça. II Cor 11:3
Essa posição fornece aos nossos lares liderança autoridade, ordem e direção. Marido da forma substantiva significa gerente que significa guiar e administrar.
Cabeça significa diretor, chefe, reitor, principal, primordial, cabeça lembra liderança e autoridade.
O Rei reina, eu e você temos que ter domínio em nossa família, fomos escolhidos para liderar, reinar no meio dos nossos.
Devemos exercer autoridade com humildade, mansidão sabedoria e firmeza, pedindo sempre a ajuda do Espírito Santo.
O Rei olha para frente protege, fornece ordem, misericórdia e justiça. Ele é autoridade, e líder.
Você como homem destinado por Deus a ter domínio sob seu jardim, a ter liderança, tem tido esse pilar na sua vida.
Tem fornecido sustentação, arrimo, segurança, através da sua liderança, e todos ao seu redor estão sendo beneficiados. Ou esta sendo ao contrario, esta pilastra esta desmoronando.
Deus te deu domínio, Deus te deu responsabilidades assim como para Adão.
Deus deu a Adão um jardim onde ele ia governar, onde iria trabalhar e guardar.
Jesus é nosso rei e como imitador dele temos que ser humildes,brandos.
Ter um reino significa ter responsabilidades.

2º Guerreiro- II Cor 11:23-27
O apostolo Paulo era um lutador um guerreiro, um homem que agitou não apenas o seu próprio mundo mas o mundo porvir. Paulo tinha personalidade feroz, ele era um comunicador poderoso.
Ele possuía um Espírito absolutamente ausente de medo, com vontade forte
Um homem que luta pelos seus ideais, que mesmo na guerra, machucado continua se arrastando para defender seus objetivos.
Você como servo de Deus é um guerreiro no exército de Cristo, que luta para alcançar a vida eterna, que defende o evangelho que luta pela sua família.
Guerreiro combate contra o pecado, as tentações carnais, a imoralidade.

3º Mentor- Provérbios 9:9
Aquele que ensina, ele modela, explica e treina. Ele discípula – primeiro sua esposa e seus filhos e depois outros.
O 1º ensinamento vem de nós Pais não dos professores da igreja.
Temos que pedir ao Senhor sabedoria para que possamos ensinar a outros aquilo que sabemos.
Servir com nosso conhecimento. Jesus ensinava as pessoas. Marcos 1:22.

4º Amigo- Eclesiastes 4:9-10
Nós somos atraídos a Deus pelo seu amor, ele insiste que o ponto mais alto de toda escritura centraliza-se em amá-lo e amar uns aos outros.
O amigo num home é um ser compromissado e um cumpridor de promessas.
Um homem precisa de amigos, o ser humano tem necessidade de se relacionar, hoje vivemos num mundo muito individualista onde as pessoas se isolam, vivem em solidão. Ao contrario da palavra que diz que temos que vivermos em comunhão e que temos que nos doar aos outros ao contrario do individualismo.
Homens de verdade apóiam uns aos outros, precisam uns dos outros, não é porque somos homens não que podemos compartilhar as nossas emoções com os amigos, isso não torna menos homem menos másculo.
Muitos homens tem dificuldade de compartilhar a amizade por falso conceito de masculinidade e orgulho que nos impede de compartilhar nossos sentimentos.
O próprio Jesus tinha amigos.João 11:11.

Shalom

terça-feira, 17 de abril de 2012

A PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO



No livro de Lucas capítulo 10:25 - 37 , encontramos a parábola do Bom Samaritano. Uma parábola que nos faz parar e refletir a respeito de como temos entendido as Sagradas escrituras, e esta parábola está sendo contada diretamente a um doutor das Escrituras (Torah), alguém que a estudou, conheceu e a domina bem, porém talvez seja alguém que não a experimentou, não a viveu de maneira intensa, ficando somente a superfície , raso demais para desfrutar da profundeza que são as escrituras.
Jesus começa a revelar uma questão (resumo) sobre os 10 mandamentos que antes não se houvia falar ( do 1º ao 4º mandamento estão todos relacionados diretamente a D'us, do 5º ao 10º ao próximo. Ex 20) e a declaração deste doutor mostra claramente que era alguém que estava observando o Mestre, pois já usava das palavras e do entendimento que Ele havia trazido. O ponto mais importante que vejo aqui nesta parábola está no seu último versículo " Vai e faze a mesma coisa" Usa de misericórdia. Misericórdia está relacionado a obras. Está contida no tripé da base do evangelho, Jesus revela claramente em mt 23:23 sobre este tripé ( justiça, misericórdia e fé). Estas obras nos irão declarar o quanto estamos amando ao Senhor nosso D'us e o quanto estamos amando ao nosso próximo, cumprindo assim o que nos foi ensinado. desenvolvendo a nossa salvação como disse Paulo o apóstolo.

Faço aqui uma declaração do que pude ver com meus próprios olhos: Neste último sábado tive a oportunidade de começar um projeto com os homens comprometidos dentro do "Bom Samaritano" Comunidade terapêutica de nossa igreja, onde a cada 15 dias teremos um encontro com estes homens que lá estão precisando de um bom samaritano. Quero aqui escrever sobre o que ví:
1º- Amor
2º- Compaixão
3º- Cuidado de feridas
4º- Alegria
5º- Disposição financeira
6º- Coragem
7º- Carinho
Entre outras coisas que se fosse escrever precisaria de muito tempo. Confesso que a sensação que tive era de estar na casa do meu pai.

Obrigado ao Pastor Fabrício Valadares que entendeu esta parábola e trouxe este entendimento para nossa igreja, ao Pastor villar, um homem de muitos valores que tem assumido a direção deste lugar de misericórdia , sua esposa Tereza, Rose , Jorge, Ana Flávia, Carlos, Lívia Márcia e Marido, outros irmãos que tem amado esta obra e vivido este mandamento com intensidade e o meu amigo Valdemir e Vanderleia amados do Senhor Jesus.

Obrigado
Homens Comprometidos

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Resenha do Livro "O Impostor que Vive em Mim "

por Milton L. Torres

MANNING, Brennan. O impostor que vive em mim. 2. ed. São Paulo: Mundo Cristão, 2007.

O livro de Manning é permeado daquele tipo prático de espiritualidade que nos torna mais humanos ao mesmo tempo em que nos aproxima de Deus. A obra parece, de fato, emanar da penosa experiência vivida pelo autor, quando superou o grave problema do alcoolismo para se dedicar à obra pastoral. A franqueza sobre os próprios fracassos e dissabores na vida nos impressiona. No entanto, ela também nos sinaliza de que mesmo as falhas podem conduzir à vitória espiritual.
O capítulo 1, “Saia do esconderijo” (p. 17-34) começa com a história do peru arrancado a Ruller (no conto “The Turkey”, de Flannery O’Connor). Segundo Manning (p. 19-20), “é como se nosso Deus fosse aquele que providencia perus com benevolência e os tira por simples capricho”. No entanto, um Deus assim é feito à imagem do homem. Dessa forma, nossas projeções de Deus se tornam um tipo de idolatria. O remédio para essa tendência é contrastar nossas projeções com a revelação de Jesus. Por isso, Manning fala da tristeza de Deus (1) pelo medo que temos dele (embora a queda não o impeça de nos amar), da vida e de nós mesmos; (2) pelo ódio que temos de nós mesmos; (3) porque tentamos nos esconder e, com o tempo, passamos “a acreditar que temos, de fato, a mesma aparência das máscaras que usamos” (p. 23); (4) porque não reconhecemos nossa insignificância, pois “o moralismo da igreja e a pressão para alcançar o sucesso transformam peregrinos cheios de expectativa a caminho da Nova Jerusalém numa trupe desanimada de Hamlets deprimidos” (p. 25-26); (5) porque rejeitamos a nós mesmos, o que se torna “o maior inimigo da vida espiritual porque contradiz a voz sagrada que nos chama de ‘amados’” (p. 26); (6) e porque duvidamos de seu amor. Segundo o autor, “Jesus removeu a mortalha do perfeccionismo” (p. 28) e, por essa razão, podemos abraçar a vulnerabilidade.
O capítulo 2, “O impostor” (p. 35-52), nos apresenta o perfil do impostor: (1) seu fraco é a aceitação e a aprovação; (2) perde o contato com os próprios sentimentos (co-dependência); (3) é aquilo que faz; (4) é mentiroso (tem uma fachada de papelão); (4) se preocupa com o próprio peso (“apesar de a saúde ser um fator válido e importante, a quantidade de energia e tempo dedicada a adquirir e manter um corpo esbelto é absurda”, p. 39); (5) exige atenção (“cada um vive à sombra de uma pessoa ilusória... a dedicação ao culto dessa sombra é o que se chama de ‘vida de pecado’” (p. 40); (6) faz acepção de pessoas; (7) não consegue ter intimidade, pois “seu narcisismo exclui os outros” (p. 44). Daí, a citação de Santo Agostinho: “amar a Deus até esquecer de si ou amar-se até esquecer e negar a Deus” (p. 41). Manning trata, então, das causas da impostura: (1) memórias reprimidas da infância; (2) covardia; (3) resistência interna à oração, pois “a oração é a morte de toda identidade que não procede de Deus” (p. 47); e (4) padrão de comportamento punitivo inconsciente (hostilidade).
O capítulo 3, “O amado” (p. 53-66), discute, a princípio, a questão da espiritualidade. Com base em suas leituras, Manning chega à conclusão de que (1) a espiritualidade não é uma esfera da vida, mas um modo de viver (cf. William L. H. Moon); (2) seu estágio mais elevado é o ser comum (cf. Thomas Merton); (3) é prejudicada pela falsa humildade (cf. John Eagan); (4) depende de nossa definição como “amados de Deus” (cf. John Eagan); (5) não comporta grandiloqüência (Mike Yaconelli); e (6) exige tempo a sós com Deus. A segunda parte do capítulo desenvolve, com mais detalhes, a definição do cristão como “amado de Deus”, especialmente com base em Is 43:1, 4 e 54:10. Na avaliação do próprio Manning, este capítulo parece ser o que tem provocado mais reações nas pessoas, tornando-se a principal razão por que o livro alcançou êxito e reputação.
O capítulo 4, “Filho de Deus” (p. 67-86), discute o sentimento de filiação para com Deus, descrevendo-o como (1) a ipsissima vox (expressão original e autêntica) de Jesus; (2) um convite e convocação de Jesus (Jo 1:12; Rm 8:14-16; 1 Jo 3:1); (3) fonte de ternura (que “nasce da segurança de saber que alguém gosta de nós de forma completa e sincera”, p. 70) no vínculo do Espírito Santo (Rm 5:5); (4) fonte de perdão (Lc 6:35); (5) liberação do espírito de juízo (pois “sempre que o evangelho é invocado para comprometer a dignidade de um filho de Deus, então é hora de se livrar desse tal evangelho para viver o verdadeiro”, p. 77); e (6) liberação do espírito de racismo e homofobia (pois, como diz Leon Tólstoi, “se as fantasias sexuais da pessoa comum fossem expostas, o mundo ficaria horrorizado”, p. 79). Manning insiste que “não somos a favor da vida simplesmente porque evitamos a morte” (p. 79). Por isso, “o caminho da ternura evita o fanatismo cego” (p. 80). Aliás, Manning deplora os embates entre conservadores e liberais, declarando que “nem a delicadeza liberal nem a truculência dos conservadores focam a questão da dignidade humana, sempre vestida com farrapos. Os filhos de Deus encontram uma terceira via. São guiados pela Palavra de Deus e apenas por ela” (p. 83). Para ele, a “religião restrita e separatista é um lugar isolado, um Éden coberto de mato, uma igreja na qual as pessoas vivem em uma alienação espiritual que as distancia de seus melhores talentos humanos” (p. 83).
No capítulo 5, “O fariseu e a criança” (p. 87-108), Manning defende a importância do sábado como memorial da criação e da aliança. Para ele, no entanto, a guarda do sábado foi deturpada por causa (1) do exílio babilônico e (2) da atuação dos fariseus (seu legalismo, sua ênfase em rituais visíveis; sua capacidade de transferir culpa; sua capacidade de condicionar a aceitação divina ao comportamento humano; sua susceptibilidade à espiritualidade terrorista; e suas duas falhas de relacionamento: adorar a si mesmos e desprezar as pessoas. Manning ainda nos lembra que “Jesus não morreu por obra de assaltantes, estupradores ou assassinos. Ele foi morto por pessoas profundamente religiosas, os membros mais respeitados da sociedade, que preferiram lavar as mãos” (p. 91). Para ele, “qualquer pessoa que tenha priorizado a lei, as regras e a tradição, e não o sofrimento dos outros, está na mesma situação dos fariseus” (p. 92). Manning defende o evangelho das crianças, pois estas (1) contrastam absolutamente com os fariseus; (2) expressam espontaneamente seus sentimentos; (3) têm semelhança íntima com Jesus; (4) resistem a métodos artificiais de espiritualização; (5) agem com indiferença aos estereótipos; e (6) não têm ambição. Por isso, Manning concorda com John Shea quando este afirma que “o natal não é um dia de ingenuidade e idealismo num ano de realismo incessante. É o dia da realidade num ano de ilusão. Ao acordar na manhã de natal, percebemos como andamos como sonâmbulos durante o resto do ano” (p. 104, n. 12). Apesar disso, Manning nos adverte que é preciso evitar as criancices.
O capítulo 6, “A atualidade da ressurreição” (p. 108-128), defende a importância da ressurreição para a teologia cristã: (1) como base da apologética; (2) como elemento distintivo do cristianismo; (3) como cerne da pregação evangélica; e (4) como sentido da vida. Segundo ele, a fé na ressurreição (1) não deve limitar a ressurreição ao passado ou ao futuro; (2) deve dar crédito ao “rumor dos anjos” (expressão usada por Peter Berger para descrever o toque de Deus em nossa vida); (3) deve contemplar a atualidade da ressurreição de Cristo como espírito vivificante (1 Co 15:45; 2 Co 3:17); (4) deve livrar-nos do pessimismo e do derrotismo (pois “naquilo que Shakespeare chamou de ‘o auge do sangue’, a vida parece ser mais ardente, os acontecimentos parecem ter mais significado, e a louca trama de cada dia parece conduzir a um propósito”, p. 120); (5) deve penetrar no mistério do mundo; (6) promove a integração da emoção com a razão, pois nos oferece a compreensão do verdadeiro milagre do evangelho e do impacto da oração; e (7) impulsiona o ministério. Manning cita a declaração de John McKenzie: “a espinha dorsal de nossa religião, quem sabe, talvez, de todas as religiões nesta geração confusa, é um punhado de obstinados numa casa de adoração quase vazia, que continua a fazer aquilo por força do trabalho; seja por hábito, lealdade, inércia, superstição, sentimentalismo ou, possivelmente, fé verdadeira” (p. 126). O autor conclui o capítulo com as três qualidades que considera essenciais para a sobrevivência do cristão em nossa época de “bombardeio da mídia, leitura superficial, conversas estéreis, oração mecânica e submissão aos sentidos” (p. 128): atenção (segundo Sócrates, “a vida desatenta não vale a pena”), consciência e disciplina. Com essas coisas será possível, inclusive, o resgate de nossa paixão.
O capítulo 7, “O resgate da paixão” (p. 129-146), abre com uma definição de paixão, tomada de Thomas Moore: “a energia essencial da paixão”. O autor ilustra a importância da paixão com a parábola do tesouro escondido e com a história de Leslie Robins, ganhador do maior prêmio pago pela loteria americana a um único apostador. Ao ser informado que ganhara 111 milhões de dólares, em 10-7-1993, Leslie tomou o avião para a Flórida a fim de reatar com Colleen DeVries, sua namorada de infância a quem jamais conseguira esquecer. Em seguida, o autor conta sua própria experiência de superação do alcoolismo e a história de um menino judeu chamado Mardoqueu que só foi curado de sua hiperatividade e desinteresse pelas coisas espirituais quando repousou a cabeça no peito do rabino de sua sinagoga e lhe ouviu o coração bater. Manning relaciona essa experiência ao relato bíblico da ceia (Jo 13:23-25). O autor conta, então, a história de um homem que sofria de câncer e aprendera a orar imaginando que Jesus ocupava a cadeira ao lado de sua cama. Ao falecer, recostou pacificamente a cabeça no assento da cadeira, reconhecendo a presença real de Jesus ali. Depois de meditar na experiência do apóstolo Pedro, Manning conclui o capítulo com a observação que “o resgate da paixão começa com a reavaliação do tesouro, continua quando permitimos ao Grande Rabino nos segurar perto de seu coração e culmina numa transformação pessoal para a qual nem estamos preparados” (p. 146).
O capítulo 8, “Determinação e fantasia” (p. 147-165), trata dos “relacionamentos controladores” os quais Manning identifica como sendo caracterizados pelo respeito às opiniões e pelo medo do ridículo que gera “uma mediocridade pavorosa”. Assim, o autor propõe que o cristão aja com independência (ou singularidade), mediante os seguintes princípios: (1) a paixão como determinação ferrenha; (2) o aprendizado que se transforma em amor; (3) a decisão corajosa de tomar decisões impopulares; (4) a dependência radical de Deus; (5) a profunda consciência da atualidade da ressurreição de Cristo; (6) a indiferença à opinião pública (isto é, a autonomia e a libertação da escravidão imposta pela aprovação humana); e (7) a primazia do “ser” sobre o “fazer”. Segundo Manning, o foco farisaico produz, com seus rituais infindáveis, a anulação da religião autêntica. Apesar da importância do “ser”, o autor nos lembra que o “fazer” é que nos define, pois (1) a teoria tem um lado sombrio; (2) o “ser” pode ser uma mera ilusão; e (3) Jesus nos legou um exemplo notável de serviço e ele opta por continuar servo mesmo no banquete escatológico (Lc 12:37). Em seguida, Manning expressa sua preocupação com o fascínio mórbido que o Apocalipse exerce sobre algumas pessoas e que gera um pânico alarmista baseado em eventos temporais (isto é, cada evento a história é interpretado pelos “relações públicas do Apocalipse” como sendo o cumprimento de alguma profecia). Por isso, o autor nos conclama a abandonar nossa “fantasia da invencibilidade”. Segundo ele, a consciência profunda da morte é rara entre os cristãos e, por essa razão, constitui o maior desafio à fé. Essa consciência produz, no entanto, uma drástica mudança de vida, pois o medo da morte é análogo ao medo da vida. Além disso, a negação da morte não é uma opção saudável. Só podemos receber alento, em relação a essa impossibilidade humana, a partir da consciência da ressurreição de Cristo.
O nono e último capítulo, “O pulsar do coração do Mestre” (p. 167-186), trata do ilimitado amor de Deus, que é reconhecido pelos autores contemporâneos e explicitado no evangelho de João. Esse amor provoca reações na pessoa comum, no diletante, no cínico e nos sinceros. Por isso, Manning evoca a declaração de Eugene Peterson, segundo a qual, “as Escrituras não existem para entreter. Nem para divertir. Nem para a cultura. Não são a chave que destranca segredos do futuro” (p. 169). O amor de Deus é, ainda, nossa fonte de perdão, mas requer nosso arrependimento em relação (1) aos pecados veniais, (2) à pecaminosidade humana, (3) ao maior pecado (que é perder o senso do pecado), (4) à essência do pecado (que é sermos autocentrados), e (5) à espiritualidade fingida. O amor de Deus é a base da obra de reconciliação de Cristo: (1) contra as amarras da hipocrisia; (2) para demonstrar que nada pode nos separar do amor de Deus; (3) para demonstrar que até o pecado pode se tornar uma bênção (quando encaramos nossa capacidade de fazer o mal e, pela graça, a convertemos em força construtiva); (4) para demonstrar que as feridas são necessárias; e (5) para demonstrar que a intimidade com Deus é essencial. Nesse contexto Manning relata a história do homem que vivia dentro de um contêiner, na Austrália, para fugir da vida. Quando o contêiner foi perfurado por balas, que também atingiram seu morador, orifícios se abriram pelos quais este podia observar a vida comum das pessoas ao seu redor. Isso o recuperou para a vida em sociedade: as feridas são, de fato, necessárias. Para Manning, se conseguirmos aceitar a Jesus como Mestre, então (1) desenvolveremos uma nova teologia sobre os judeus (segundo ele, “ser antissemita é cuspir no rosto de nosso Salvador judeu”, p. 182); (2) teremos uma experiência trinitária; (3) constataremos que não estamos sozinhos “na estrada de tijolos amarelos”; (4) teremos uma nova compreensão do discipulado; (5) constataremos que paixão significa sofrimento e (6) perceberemos a vulnerabilidade de Deus.
Manning conclui a obra com vislumbres do reconhecimento do que a tradição judaica chama de Kabod Yahweh, a “majestade esmagadora de Deus”. O resgate da paixão está intimamente ligado à perplexidade quanto à força esmagadora desse mistério. Segundo ele, “nós nos movemos do cenáculo, onde João deitou sua cabeça no peito de Jesus, para o livro do Apocalipse, em que o discípulo amado cai prostrado diante do Cordeiro de Deus” (p. 186).

quinta-feira, 29 de março de 2012

Os valores internos e externos da circuncisão do povo Judeu.

Por Luiz Gama

Na Bíblia, vemos que os “filhos de Israel (ou hebreus, como eram chamados naquele tempo) entravam em aliança com Deus por meio de três ritos: a circuncisão (berit-milá), a imersão (tevilá) e o oferecimento de um sacrifício (corbán)”1.

Abraão foi a primeira pessoa a aceitar o chamado divino para sair “... da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai...” (Gn 12.1) em obediência à voz de Deus. Esta aceitação foi selada pelo sinal da aliança: “Este é o meu concerto, que guardareis entre mim e vós e a tua semente depois de ti: Que todo o macho será circuncidado. E circuncidareis a carne do vosso prepúcio; e isto será por sinal do concerto entre mim e vós. O filho de oito dias, pois, será circuncidado; todo o macho nas vossas gerações, o nascido na casa e o comprado por dinheiro a qualquer estrangeiro, que não for da tua semente. Com efeito, será circuncidado o nascido em tua casa e o comprado por teu dinheiro; e estará o meu concerto na vossa carne por concerto perpétuo. E o macho com prepúcio, cuja carne do prepúcio não estiver circuncidada, aquela alma será extirpada dos seus povos; quebrantou o meu concerto” (Gn 17.10-14).

A circuncisão foi o primeiro mandamento observado por Abraão cuja idade já era bem avançada: “Era Abraão da idade de noventa e nove anos, quando lhe foi circuncidada a carne do seu prepúcio. E Ismael, seu filho, era da idade de treze anos, quando lhe foi circuncidada a carne do seu prepúcio” (Gn 17.24-25). Quando os hebreus estavam prestes a celebrar a Páscoa (Pêssach, em hebraico), Moisés circuncidou todos os homens. Fez isso para que pudessem ser contados como participantes das promessas divinas e, assim, tivessem o direito de participar do cordeiro pascal (Êx 12.48) sem nenhum problema. “A circuncisão tornou-se um sinal de identificação com o povo da aliança” 2.

Conforme vimos nos textos acima, a circuncisão passou a ser praticada pelos patriarcas desde antes da promulgação da lei mosaica. E até hoje é considerada a mais importante cerimônia do judaísmo. Nenhuma comemoração ou data deve impedir o menino judeu de fazer a circuncisão, nem mesmo o sábado (Shabat) ou o Dia da Expiação (Yom Kipúr). Somente em caso de saúde cuja gravidade possa comprometer a vida do infante esta cerimônia será adiada para outro dia após o oitavo dia do nascimento. Para o judeu, “o dia mais sagrado do calendário judaico é o sábado. A punição na Bíblia por violar o Shabat é muito mais severa do que por violar o Yom Kipúr3. A primeira gera morte, e a segunda, excomunhão.

Mesmo que o oitavo dia coincidisse com o sábado a criança era circuncidada: “Porque Moisés vos deu a circuncisão (embora na realidade ela não venha de Moisés, mas dos patriarcas), no sábado circuncidais um homem. Ora, se o homem pode receber a circuncisão no sábado, para que não se viole a lei de Moisés, por que vos indignais contra mim por eu ter curado o homem todo no sábado?” (Jo 7.22-23).

A circuncisão e a ciência

Quanto ao aspecto de a circuncisão ser obrigatoriamente praticada no oitavo dia após o nascimento, um fato interessante: a medicina constatou que é justamente nesse período que o sangue da criança coagula mais facilmente, proporcionando rápida cicatrização. “Este assunto foi abordado por dois cientistas que afirmam que o bebê tem uma sensibilidade especial para sangramentos nos primeiros dias de vida e qualquer hemorragia, por menor que seja, pode trazer grandes danos para a criança, e até a morte. Isto porque a base principal para a coagulação sanguínea, a vitamina K, só chega ao nível ideal no sétimo dia de vida. Também outro elemento necessário para a coagulação sanguínea, a protombina, atinge o seu nível máximo somente no oitavo dia de vida; chega até a estar acima do nível normal – 110%. Depois disso decresce e estabiliza-se em 100%. Está claro, então, que o primeiro momento mais seguro para a realização da milá é o oitavo dia, tanto pela quantidade de vitamina K quanto de protombina” 4. Pela perspectiva
médica, a circuncisão é aconselhável como uma medida sanitária. Hoje, muitos hospitais nos Estados Unidos utilizam a circuncisão como um processo rotineiro.

Originalmente, era obrigação do pai circuncidar seu filho. O primeiro exemplo foi Abraão que circuncidou Isaque quando ele tinha oito dias de idade (Gn 21.4). Mas, atualmente, a circuncisão é realizada por um profissional chamado Mohel em hebraico, pessoa treinada e especializada para executar tal operação. O homem que segura a criança é chamado sandec, título derivado do grego que significa “padrinho”. Em hebraico, ele é conhecido como baal berit, que quer dizer “chefe da circuncisão”, pois assume posição central (de grande responsabilidade) durante a cerimônia.

Durante todo o ritual da circuncisão, um assento é posto ao lado da cadeira reservada para o sandec. “Esta cadeira, que permanece vaga, é reservada para o profeta Elias que, de acordo com a tradição, presencia cada berit para proteger a criança do perigo”5. Todos os presentes acompanham a cerimônia da circuncisão de pé, em reverência à ordenança divina. Antes e depois da circuncisão são pronunciadas as bênçãos. Em seguida, é dado o nome da criança. “A retirada de sangue é conhecida como hatafat dam berit, ou seja, extração de sangue da Aliança” 6. Se o pai for capaz de realizar a circuncisão, não é permitido a ele delegar a função a nenhuma outra pessoa. Precisamos esclarecer que não é por meio da cerimônia da circuncisão que o menino é iniciado no judaísmo, isso ocorre no nascimento. A circuncisão é o cumprimento na vida do menino judeu que irá refletir sua fé interior no pacto que Deus selou com seu povo. O Talmude (San’hedrin 44ª) declara: “que um judeu permanece judeu para sempre, mesmo se ele cometer um pecado. Como pecador, ele pode perder certos privilégios, mas não perde seus direitos de judeu”7. Todavia, entre os judeus não há uma definição de quem é judeu. Existem duas maneiras de se fazer parte da comunidade judaica:

1) Segundo o rabino Yits’chac Halevi Herzog, “somente é judeu o nascido de mãe judia. Se a mãe não for judia e o pai sim, o filho não é judeu. A única maneira pela qual alguém cuja mãe não é judia pode tornar-se judeu é convertendo-se. Para a conversão de uma mulher, é necessária a imersão (micvá); para o homem, são necessárias a imersão e a circuncisão. Aqueles que nasceram judeus e os convertidos, declarou o rabino, são judeus para sempre”8;

2) Para o primeiro-ministro de Israel David Ben Gurion (1886-1973), “qualquer um que se declare judeu, viva como tal e esteja interessado no bem-estar dos judeus é considerado judeu, independente da fé professada por sua mãe” 9.

A declaração do primeiro-ministro de Israel está de acordo com a afirmação do apóstolo Paulo, que diz: “Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne. Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não na letra, cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus” (Rm 2.28-29). O mais importante é que a circuncisão tem um significado espiritual de grande importância, pois demonstra que o Eterno Deus requer de seu povo não somente uma aliança externa na carne, mas determina pureza e compromisso interiores, pela circuncisão do coração: “E o Senhor, teu Deus, circuncidará o teu coração e o coração de tua semente, para amares ao Senhor, teu Deus, com todo o coração e com toda a tua alma, para que vivas” (Dt 30.6); e ainda: “Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração e não mais endureçais a vossa cerviz” (Dt 10.16). Podemos ver que a circuncisão do coração era um requisito divino até mesmo para os israelitas que já eram circuncisos na carne.

A verdadeira circuncisão

Uma análise mais profunda da circuncisão nos mostra que este mandamento, dirigido a Abraão, é uma aliança eterna com os filhos de Israel, isto é, uma aliança de afinidade com o povo judeu, por meio da qual o Eterno se compromete em tornar os descendentes de Abraão em uma grande nação e em separá-los como um povo especial para Ele (Gn 12.1-3). Assim, a circuncisão, para o judeu, não é apenas um mandamento, mas uma identificação pessoal e intransferível outorgada pelo Deus de Israel que o diferencia de todas as outras nações. Não se trata apenas de um costume, mas é o elo que mantém unido o povo hebreu através dos séculos: “O povo judeu cumpre com muito amor esta mitsvá (mandamento) há milhares de anos. Só a ordem divina já nos dá motivação suficiente para cumpri-lo” 10.

“Qual é, logo, a vantagem do judeu? Ou qual a utilidade da circuncisão? Muita, em toda a maneira, porque, primeiramente, as palavras de Deus lhe foram confiadas” (Rm 3.1-2); e também “... a adoção de filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas” (Rm 9.4). A circuncisão, como aliança, foi dada por Deus a Abraão em um determinado tempo e espaço com a intenção de gerar para si um povo santo: “Porque eu sou o Senhor, que vos faço subir da terra do Egito, para que eu seja vosso Deus, e para que sejais santos; porque eu sou santo” (Lv 11.45). Portanto, “a circuncisão é, na verdade, proveitosa, se tu guardares a lei; mas, se tu és transgressor da lei, a tua circuncisão se torna em incircuncisão” (Rm 2.25).

“Os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados. Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei, os quais mostram a obra da lei escrita no seu coração, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os, no dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho. Eis que tu, que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus; e sabes a sua vontade, e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído por lei; e confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas, instruidor dos néscios, mestre de crianças, que tens a forma da ciência e da verdade na lei; tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas? Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, comete sacrilégio? Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei? Porque, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós. Porque a circuncisão é, na verdade, proveitosa, se tu guardares a lei; mas, se tu és transgressor da lei, a tua circuncisão se torna em incircuncisão. Se, pois, a incircuncisão guardar os preceitos da lei, porventura, a incircuncisão não será reputada como circuncisão? E a incircuncisão que por natureza o é, se cumpre a lei, não te julgará, porventura, a ti, que pela letra e circuncisão és transgressor da lei? Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne. Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não na letra, cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus” (Rm 2.13-29).

O apóstolo Paulo é taxativo: sem obediência, a circuncisão se transforma em incircuncisão. “Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegaste perto. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derribando a parede de separação que estava no meio, na sua carne, desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, e pela cruz, reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades” (Ef 2.13-16).

O mesmo apóstolo ainda afirmou que a verdadeira “...circuncisão somos nós que servimos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne” (Fl 3.3). Esse argumento do apóstolo Paulo gerou grande conflito, pois os judaizantes eram da opinião de que a circuncisão era medida necessária para salvação. Entendiam que a circuncisão fazia parte do pacto abraâmico, e qualquer indivíduo que não fosse circuncidado não poderia ter a esperança de ser salvo. Logo, todos os circuncidados já estavam automaticamente absolvidos de todo julgamento. “Entretanto, no dizer das Escrituras, qual era o real valor da circuncisão?

a) A circuncisão era o sinal do pacto abraâmico, além de ser um dos muitos privilégios de Israel, o que fazia deles uma sociedade superior (Rm 9.4-5);

b) Tinha valor como preparação para melhores coisas vindouras. Também falava sobre a santificação. Isso teria lugar em Cristo. Falava de identificação com a geração de Abraão, e isso, por sua vez, tipificava o que Deus faria mediante o filho de Abraão, Jesus, o Messias;

c) Falava de um povo que seria separado para a santidade e a salvação. Tornava os homens cônscios de que existiam esses privilégios, e, sabendo-o, talvez os buscassem, se ao menos fossem suficientemente sábios;

d) A circuncisão afetava o órgão gerador, e isso simbolizava a produção de vida. A vida eterna está em Cristo e os homens, por darem atenção à mensagem de Deus e tomando parte em seu conceito, podem aprender acerca da real fonte da vida;

e) Há uma real circuncisão, de ordem absoluta, isto é, a circuncisão do coração. A santificação genuína leva os homens à salvação (Rm 2.29);

f) A circuncisão era um mero sinal. A verdade simbolizada era a salvação. Por igual modo, o batismo é apenas um sinal, um símbolo, e não a substância, ou qualquer parte da substância essencial da salvação (Cl 2.11)” 11.

Na nova aliança, o que precisa ser circuncidado é o coração, e não a carne. Devemos cortar da nossa vida tudo aquilo que seja desagradável e impuro aos olhos de Deus. Muitos cristãos hoje são um testemunho vivo do poder do Espírito Santo que transformou o seu modo de pensar e agir (1Co 6.9-11; Gl 5.22-24; Ef 4.22-24).

O que é a circuncisão?

É a remoção da pele que cobre a glande, ou prepúcio, do pênis. O verbo hebraico mul (circuncidar) é usado em sentido literal e figurativo. O substantivo grego peritomé (circuncisão) significa literalmente “cortar em derredor” (Jo 7.22). O termo grego akrobystía é usado na septuaginta grega para traduzir a palavra hebraica para “prepúcio”, “incircuncisão”, e daí, “gentios” 1.

“A prática de cortar fora o prepúcio do pênis era usada mesmo antes da época de Abraão” 2. Os egípcios praticavam a circuncisão, e também os moabitas, os amonitas e os edomitas. Mais tarde, os samaritanos que aderiram aos requisitos especificados no Pentateuco também foram circuncidados. Por outro lado, os assírios, os babilônios (como todos os semitas orientais), os gregos e notavelmente os filisteus não praticavam a circuncisão. Estes últimos, especialmente, são mencionados de modo depreciativo como “incircuncisos”, e foi das lutas contra eles que Davi trouxe como troféu os prepúcios (Jz 14.3; 15.18; 1Sm 14.6; 17.26; 18.25-27; 2Sm 1.20; 1Cr 10.4).

Notas:

1 Livro Judaico dos Porquês. Alfred J. Kolatch. Ed. Sefer. Vol 2. p. 138.
2 Livro Judaico dos Porquês. Alfred J. Kolatch. Ed. Sefer. Vol 2. p. 138.
3 Livro Judaico dos Porquês. Alfred J. Kolatch. Ed. Sefer. Vol 1. p. 257.
4 Nos Caminhos da Eternidade. Rabino Issac Dichi. pp. 146,147.
5 Livro Judaico dos Porquês. Alfred J. Kolatch. Ed. Sefer. Vol. 1. p.22.
6 Livro Judaico dos Porquês. Alfred J. Kolatch. Ed. Sefer. Vol 2. p. 141.
7 Livro Judaico dos Porquês. Alfred J. Kolatch. Ed. Sefer. Vol 2. p. 21.
8 Livro Judaico dos Porquês. Alfred J. Kolatch. Ed. Sefer. Vol 2. p. 19.
9 Livro Judaico dos Porquês. Alfred J. Kolatch. Ed. Sefer. Vol 2. pp. 19-20.
10 Nos Caminhos da Eternidade. Rabino Issac Dichi. p. 145.
11 Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia.
R.N. Champlin / J.M. Bentes. Ed. Candeia. Vol. 1. p. 748.

quinta-feira, 15 de março de 2012

A UNÇÃO PARA CONSAGRAÇÃO DO SACERDÓCIO ERA A MESMA PARA UM LEPROSO.

 

A história de um leproso passa por várias etapas diferentes e estas etapas estão associadas intimamente com a fala e com aquilo que se fala!

As escrituras nos falam sobre isso e nos informam a gravidade da situação desta pessoa que passa do convívio normal na sociedade ao ostracismo forçado por sua postura para com seu próximo – mais exatamente por suas palavras contra seu próximo. A Torah nos declara assim sobre o leproso:
“Falou mais o IHVH a Moshe e a Aharon, dizendo: quando um homem tiver na pele da sua carne, inchação, ou pústula, ou descoloração, na pele de sua carne como praga da lepra, então será levado a Aharon, o sacerdote, ou a um de seus filhos, os sacerdotes. E o sacerdote examinará a praga na pele da carne; se o pêlo na praga se tornou branco, e a praga parecer mais profunda do que a pele da sua carne, é praga de lepra; o sacerdote o examinará, e o declarará por imundo. Mas, se a mancha na pele de sua carne for branca, e não parecer mais profunda do que a pele, e o pêlo não se tornou branco, então o sacerdote encerrará o que tem a praga por sete dias” (Lv 13:1-4). Neste texto percebemos que existe um sinal visível – físico – que define a praga de lepra! O texto nos fala sobre uma “pústula” na carne. Esta palavra vem do termo hebraico “se´et” e significa “pústula branca”. Este é um sinal da lepra, que é especificamente descrito como sendo branco. De acordo com muitas fontes a palavra “se´et” vem da raiz nassa significando “elevado” por que ela apresenta estar mais alta que a pele, embora ela não seja fisicamente mais alta que a pele. Uma outra palavra que acompanha o texto, “descoloração” vem do termo hebraico “sapachat” e de acordo com o Talmude este é um tipo secundário de marca, de um branco levemente mais desbotado que o se´et.
Já a palavra “praga” em hebraico é nega´ e significa “golpe, praga, doença”. Esta palavra no hebraico refere-se a um golpe físico ou a um castigo que um suserano aplica a um vassalo. Geralmente é D-us quem desfere a punição ou a enfermidade.
Entendemos o seguinte: a lepra – via de regra – era um modo visível de externar aquilo que havia acontecido entre uma pessoa e seu semelhante e também entre uma pessoa e seu Criador! A lepra é um símbolo da força do pecado que é manifesta fisicamente na pessoa, tornando-a inacessível e também indesejável por parte de seus semelhantes! Esta pessoa deveria ficar fora do arraial dos israelitas justamente por causa do golpe que ela sofrera em relação à enfermidade da lepra! Esta separação já funcionaria como um tipo de “castigo”; além disso havia a própria discriminação sofrida pelo leproso e ainda o sentimento de “inferioridade” que certamente permeava a alma de tal pessoa!
Há ainda o caso de rebelião, que trazia sobre o rebelde a consequência da lepra! Temos o caso de Mirian e Uzias que em tempos diferentes e ocasiões diferentes manifestaram a mesma atitude e receberam a mesma punição!
A lepra não poderá ser diagnosticada senão pelo sacerdote. “E o sacerdote o examinará, e eis que, se a pústula na pele se tem estendido, o sacerdote o declarará por imundo; é lepra” (Lv 13:8). A palavra “lepra” em hebraico é tsará e significa “sofrer doença de pele, ficar leproso”. Esta palavra originou outro termo que é tsara´at que por seu turno significa “doença maligna de pele, lepra”. Nós percebemos que a lepra é uma doença superficial porém visível e repugnante! O próprio termo em hebraico designa uma doença de pele, ou seja, algo que atinge – a princípio – somente a pele da pessoa e depois aprofunda-se trazendo graves consequências ao seu portador! O interessante é que a própria palavra demonstra que a doença é de origem maligna! É um sintoma físico de um defeito espiritual, ocorrendo principalmente em indivíduos de alto nível espiritual, cujas funções corporais ficam sujeitas a seu estado espiritual. Isso nos mostra que a rebelião oferece uma “porta” de entrada para a atuação maligna na vida das pessoas! Este fato nos mostra por que somente o sacerdote – e não o médico – poderia dar o “diagnóstico” desta doença!
As feridas aparentes na carne demonstram que ainda há algo de “errado” com esta pessoa. “E o sacerdote o examinará, e eis que, se há inchação branca na pele, a qual tornou o pêlo em branco, e houver carne viva na inchação, lepra inveterada é na pele da sua carne; portanto, o sacerdote o declarará por imundo; não o encerrará, porque imundo é” (Lv 13:11). Esta situação certamente caracteriza algo ainda muito sério: existem, no interior desta pessoa, grande feridas abertas que estão sendo manifestas através da lepra como “carne viva” na pele do doente!

Língua má

Segundo a tradição judaica a causa da lepra está na língua! “E o sacerdote, examinando a chaga, e eis que, se ela parece mais funda do que a pele, e pêlo amarelo fino há nela, o sacerdote o declarará por imundo; é marca calva, é maldição leprosa da cabeça ou da barba” (Lv 13:30). A palavra “marca calva” em hebraico é neteq e significa “infecção cutânea”. Na realidade a lepra possui uma variação que causa infecções na pele e que a tornam como caracteristicamente uma doença da superfície da pele! Sobre este verso a Torah comenta: “O Midrash escreve que a pessoa é atacada pela lepra por causa do pecado da calúnia e da maledicência. Faz esta dedução transformando a palavra “metzorá”(leproso) por “motzirá” (faz sair o mal da boca). O leproso devia morar fora do acampamento, tal como o caluniador que deve ser isolado por causa de sua má língua!
O caluniador é mais culpado que o assassino, pois este mata só uma pessoa, e o caluniador mata três (ele mesmo, quem dá ouvidos e o caluniado). Mesmo quando não se dá fé ao caluniador pelo que disse, alguma coisa fica na memória contra a vítima. A má língua foi comparada a uma flecha e não a uma espada, pois ela mata mesmo de longe; o caluniador está em Roma e mata na Síria; está na Síria e mata em Roma. Quatro categorias de pessoas não gozarão do esplendor divino: os caçoístas, os hipócritas, os mentirosos e os que falam mal do próximo”.
Isso nos demonstra o quanto está relacionado o interior do ser humano com suas atitudes exteriores! Na atualidade ninguém é punido pelas chamadas “autoridades eclesiásticas” por falar mal de outrem, pois este tipo de pecado não é “aparente”. Porém existem grandes e graves punições para aqueles que cometem os chamados “grandes pecados” como adultério, assassinato e roubo!
Entendemos que a “lepra” é então um sinal visível do pecado invisível e na grande maioria das vezes fica oculta sob outros sintomas físicos que atingem a vida de uma pessoa. Perceba que a maioria dos atingidos é de pessoas “crentes” que “temem ao Eterno” e que tem algum conhecimento de sua Palavra! Aos incrédulos as “punições” são muito mais intensas e menos sutis do que aos crentes!
Certamente entendemos que a manifestação da lepra – ou dos sintomas que a acompanham – deveriam gerar nas pessoas uma condição de reflexão sobre aquilo que fez – e o que disse também – para depois chegar a fazer teshuva – arrependimento – e finalmente fazer a reparação pedindo perdão para o próximo e também para o Eterno.
Podemos reparar que o caminho da “volta” é bem mais longo do que a “ida”, período este no qual externamos nossas “opiniões singelas e inocentes” acerca da vida de nosso próximo gerando então esta doença espiritual que tem manifestações físicas que fazem com que esta pessoa fique com sua pele marcada – e consequentemente visível à todos – e também com sua alma dilacerada pela culpa daquilo que disse e do mal que causou ao atingido pela lashon hara – maledicência. O retorno requer muito mais do que um simples pedido de “desculpas”; este processo começa com o isolamento de sete dias do culpado fora do acampamento! Isso significa que o Eterno deseja levar tal pessoa a uma reflexão de seus atos chegando assim à plenitude do arrependimento e podendo então dar início à sua cura e consequentemente à sua “volta” ao convívio social! Isso tudo é necessário por que o leproso não pode conviver com outras pessoas, pois ele poderá contaminar estas pessoas com a lepra que saiu de sua boca! Podemos chamar esta pessoa de “fofoqueiro” e tal postura certamente “contamina” aqueles que estão ao redor deste indivíduo! A fofoca além de contaminar, mata.
É interessante que neste caso a punição não vem de qualquer autoridade terrena; o próprio Eterno se encarrega de mostrar aquilo que está oculto, ou seja, Ele mesmo revela que o estado físico daquela pessoa aponta para algum problema espiritual que precisa ser resolvido! E, caso não haja teshuvá, esta pessoa poderá ter um agravamento desta doença que poderá lhe trazer ainda muitos outros males e consequências inimagináveis!
Mas, quando o corre a teshuvá, então após os sete dias é hora do início do processo de restauração!

O processo de restauração e retorno

“Depois falou o IHVH a Moshe, dizendo: esta será a lei do leproso no dia da sua purificação: será levado ao sacerdote, e o sacerdote sairá fora do acampamento, e o examinará, e eis que, se a praga da lepra do leproso for sarada, então o sacerdote ordenará que por aquele que se houver de purificar se tomem duas aves vivas e puras, e pau de cedro, e carmesim, e hissopo” (Lv 14:1-4).
Ser purificado - para o leproso - significava começar a vida de novo, e isto é uma figura do novo nascimento em Ieshua. Tal ato era precedido de sua apresentação ao sacerdote que o examinava e o declarava limpo e portanto apto para poder entrar novamente na presença do Eterno!
O leproso não se podia curar a si mesmo, nem se pronunciar limpo; nem tinha condições de ir procurar o ministro de D-us: o sacerdote é que tinha que ir ao seu encontro, fora do arraial. Quando acontecia a cerimônia de purificação era morto um pássaro e outro seria solto ainda vivo! O pássaro morto representava a necessidade de uma vida para recuperá-lo – alguém inocente deveria morrer para que o leproso pudesse ser sarado; já o pássaro vivo que se soltava representava sua própria vida – a do leproso - que se renovara no ato da purificação, mas não se “soltava” antes de ter sido molhado com o sangue do pássaro sacrificado. O cabelo cortado e raspado sugere o desembaraço das coisas antigas, para agora passar a uma vida nova, de liberdade. A unção simbolizava que a vida do leproso passara a estar aos cuidados do grande Médico.
As duas aves puras representam a aliança de D-us feita com o homem e confirmada em Ieshua! Estas aves deveriam ser “casher” não de espécies proibidas, pois as lepras veem como resultado de maledicência, que é um ato de falar demasiadamente mal, por isso foi necessário trazer a sua purificação os pássaros, que tagarelam continuamente através de seus pios.
Após isso feito, ao oitavo dia, seriam oferecidos três cordeiros ao Senhor juntamente com três medidas de flor de farinha com azeite! Os animais simbolizam as três áreas do homem que seriam restauradas: corpo, alma e espírito. Também as três medidas de flor de farinha nos falam sobre o melhor de nossas vidas – também nas três áreas citadas – que seriam oferecidas ao Eterno juntamente com azeite – que é símbolo da unção do Espírito! A vida sem “unção” não é recebida pelo Senhor!
No verso 11 temos outros detalhes importantes: “E o sacerdote que faz a purificação apresentará o homem que houver de purificar-se, com aquelas coisas, perante o IHVH, à porta da tenda da congregação” (Lv 14:11). O que merece destaque é que há uma necessidade de se apresentarem com tudo perante o Eterno (IHVH). Isso significa que o Eterno se tornaria para aquele homem justamente o que ele estaria precisando: purificação! Este encontro ocorreria à porta da tenda da congregação. A palavra “tenda” em hebraico é ohel e significa “tenda, habitação”. Já a palavra “congregação” em hebraico é mo´ed e significa “local determinado, tempo determinado, local de assembléia, festa designada”. Outra vez percebemos que o Eterno – Aquele que se torna aquilo que precisamos – marca com o homem um encontro em sua habitação que é o local determinado, no tempo determinado, a fim de ali realizar com ele – o pecador – uma festa, que é feita por causa da reconciliação entre D-us e o homem!
Após ter sido feito o sacrifício então novamente o sangue será posto sobre três lugares no corpo do ex-leproso. “E o sacerdote tomará do sangue da expiação da culpa, e o porá sobre a ponta da orelha direita daquele que tem de purificar-se e sobre o dedo polegar da sua mão direita, e no dedo polegar do seu pé direito” (Lv 14:14). As três áreas citadas representam:
Sangue na orelha direita – aquilo que ele ouve seria purificado;
Sangue no polegar da mão direita – aquilo que ele toca seria purificado;
Sangue no dedão do pé direito – os lugares por onde ele anda seriam purificados.
A direita dá uma idéia de poder sendo transmitido (pela mão direita). Isso significa que o ex-leproso recebeu sobre todas as áreas de sua vida poder restaurador (redentor, dando a ele uma nova vida) que o capacita a retornar à vida de forma plena!
Vamos tentar imaginar a cena: o ex-leproso agora na porta a tenda da congregação diante de todos os israelitas, já teve todos os pelos e cabelos de seu corpo raspados – o que significa que esta pessoa torna-se como um recém-nascido – e agora recebe uma unção extraordinária: a mesma unção para a consagração do sacerdote! Isso nos mostra que esta pessoa que pecou e saiu para fora do arraial agora está sendo reintegrada e recebida den tro da comunidade com honras semelhantes àquelas dadas ao sacerdote no dia de sua unção e consagração! Agora, o ex-leproso é visto novamente como um criatura restaurada, como alguém que após um período e sete dias arrependeu-se e agora pode voltar ao convívio de sues irmãos e familiares sem qualquer reserva. Ele agora é novamente um membro ativo da congregação de Israel. A Torah e a tradição nada dizem sobre isso, mas eu creio que esta pessoa era recebida com festa e havia muita alegria entre o povo, pois o irmão se se “perdera” por causa de suas palavras agora retorna com uma consciência restaurada e com um postura quecertamente evitará que ele cometa aquele pecado novamente!
Que o Eterno nos ajude a fazermos teshuva e novamente sermos reintegrados ao seu povo com festa e regozijo!
Mário Moreno