quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

RESTAURANDO O SIGNIFICADO DA PALAVRA TORAH!



No sábado passado, após a celebração da festa da Simchá Torá (Alegria da Torá), demos inicio ao novo ciclo de estudo da Torá. Mas, o que é a Tora? Uma das palavras que mais tocam meu coração, que me emociona e fala de modo profundo e espiritualmente, é a palavra Torá ( hrwt ). Muita gente pensa que Torá quer dizer “lei”. Na língua hebraica, td (Dat), significa lei, decreto, edito, prescrição, no sentido genérico da palavra. Este termo engloba as palavras mandamentos (mitzvot- twxm), estatutos ( huquim - !yqh) e ordenanças ou preceitos (mishpatim - !ytpvm).Seria muito importante para nossa vida espiritual  saber diferenciar estes conceitos, mas ficará para uma próxima oportunidade.
A palavra “Torá” quer dizer ensino, instrução. Esta palavra deriva do verbo “Yara” ( hry) que quer dizer lançar, atirar, jogar, ensinar. É como se D’us quisesse “lançar” ou “jogar” conosco sua sabedoria, sua razão de ser, revelando-nos sua natureza e atributos de Seu caráter. Lançar algo para acertar o alvo. Já errar o alvo chama-se de Chatá, ou seja, pecado. Deste verbo “yara” deriva o termo “ primeiras chuvas”,  “yoreh”. Daí a tradição bíblica de se empregar o termo água como sendo sinônimo da Palavra de D’us, que faz chover suas bênçãos (suas leis) sobre nós.
A palavra Torá aparece 221 vezes na bíblia. Ensinar é a tarefa especial da escolha de sabedoria, conforme se vê ao longo do livro de Provérbios, e dos sacerdotes que devem ensinar ao povo a palavra (a lei de Moisés) como se constata em Lv 10:11 e Dt 33:10. Por sua vez, o próprio D’us ensinava e revelava a palavra Dele a Moisés. O ensinar com revelação e sabedoria, incluindo o conhecimento e o entendimento se referem ao termo Torá, que é muito mais profundo do que simplesmente falar de um decreto ou da razão de leis. Infelizmente, nem sempre os sacerdotes eram fiéis a D’us; ensinavam a Palavra por dinheiro e tornaram mestres de mentiras ( Is 9:15; Mq 3:11, p. ex.). A grande ênfase da Torá está na associação da unção pelo Ruach HaKodesh (Espírito Santo de D’us). Até uma simples instrução de habilidades artesanais de como construir um tabernáculo precisava desta unção do Espírito (Ex 35:34). O próprio D’us ensinou a Moisés tanto o que fazer quanto o que dizer (Ex4:15). Ele quer ensinar o pecador o caminho da retidão e da justiça ( Sl 25:8), instruindo a todos quanto ao caminho que devem escolher (Sl 25:12). Por esta razão, o salmista com freqüência procura a D’us para que Este o ensine a guardar os mandamentos, estatutos e ordenanças e a andar no caminho da verdade (Sl 27:11; 86:11, etc.). A Torá veio do próprio D’us, por isso, os cinco primeiros livros da Bíblia é chamado de Torá ou Pentateuco, no grego. Toda a base da verdade revelada por D’us ao homem através de Moisés se resume nas leis da Torá. Toda a base de nossa fé, a origem de todas as coisas, o conhecimento do D’us criador, o homem, o universo, as leis de conduta moral, éticas, cerimoniais compiladas nos cinco primeiros livros da Bíblia retratam a sabedoria do próprio D’us, ou seja, a Torá, o ensino ou a sabedoria de D’us para o homem, para a humanidade. Pelo fato dela ter sido dada ao povo judeu para guardá-la e preservá-la, não quer dizer que ela não pode ser aplicada à humanidade. Claro que existem leis específicas para a preservação do povo judeu. Mas, quando o decálogo diz, por exemplo, não matar, não furtar, não adulterar, etc. isto se aplica à toda humanidade. Já imaginaram a humanidade cumprindo pelo menos esses três mandamentos? O mundo já seria outro, com certeza! Os presídios estariam praticamente vazios. D’us quis e quer revelar sua Verdade, suas leis aos homens, aquele único ser que foi criado à sua imagem e à sua semelhança. A Torá retrata o caráter do próprio D’us, autor e consumador de todas as coisas. A Torá mostra como e porquê Ele pensa e se expressa em amor ao homem. É como se a Torá fosse o manual do fabricante do próprio homem. A Torá é a expressão do próprio amor de D’us que quis se relacionar com sua criatura, o homem, que embora este dotado de finita e limitada sabedoria, restrito por um corpo material corruptível, aprouve D’us dotá-lo de um Espírito que tem as mesmas características de sua imagem e semelhança. Esta instrução escrita pelo próprio D’us dada por inspiração a Moisés transpôs as barreiras da sabedoria humana e tem sido até aos dias de hoje a “Árvore da Vida” para quem a acha e a encontra, fonte inesgotável de fé, do poder, da glória e unção que trás a existência aquilo que ainda não existe. Com base na Torá é que foram escritos os outros livros da bíblia, como os ketuvim (livros históricos e de sabedoria), os Neviim (os profetas), o Evangelho de Yeshua, as cartas de Paulo e de outros discípulos. Nada foi escrito sem a verdade da Torá. A Torá é perfeita e restaura a nossa alma (Sl 19:7). As leis da Torá são como uma cerca que mostra os limites de nossa liberdade. A Graça de Yeshua nos torna livres, mas a Torá nos coloca em proteção dentro desta “cerca”, garantindo assim a permanência da Graça de D´us em nós. Porque se por uma ou outra razão ultrapassarmos esses limites da Torá, haverá danos em nossa fé, comprometendo nossa caminhada com Yeshua. Mas, aprouve D’us que esta Palavra se fizesse carne e habitasse no meio dos humanos (Jo 1:14) através do Messias Yeshua, Jesus de Nazaré pelo qual todas as coisas foram feitas por intermédio Dele, e sem Ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. (Jo 1:2-3). Ou seja, o próprio Messias como perfeita expressão da Verdade, do Caminho e da Vida é a própria Torá. Por isso, Yeshua não revogou a Lei, os ensinamentos (da Torá), pelo contrário, Ele a cumpriu no verdadeiro sentido pleno da palavra. Yeshua quando aqui esteve em sua primeira vinda como Ben Yosef ( filho de José ou filho do homem, como gostava de ser chamado) ensinava ao povo a Torá através de parábolas e contos simples, mas cheios de unção, graça e poder.  Yeshua não trouxe um outro evangelho, senão aquele contido na própria Torá.  Profeticamente, diz a Palavra: ...”Irão muitos povos, e dirão: Vinde e subamos ao monte do Senhor, à casa de D’us de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a Lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor. “(Is 2:3). Mas, se a Lei, a Torá saiu do Sinai, como pode de Sião sair esta lei novamente e de Jerusalém a Palavra? Yeshua, é a própria Palavra que se fez carne, que morreu e que ressuscitou em Jerusalém e que em breve voltará em glória e poder como Ben David, o filho de David, e julgará e reinará sobre as nações no Monte Sião, da cidade do grande Rei, Jerusalém!
No sincero shalom e com minhas orações a favor de cada um de vocês,

Marcelo M. Guimarães

Marcelo Miranda Guimarães é rabino messiânico ordenado pelo Netivyah de Jerusalém-Israel e pela UMJC dos EUA.  Fundador do Ministério Ensinando de Sião e da Congregação Har Tzion de Belo Horizonte. Fale conosco: siã o@ensinandodesiao.org.br ewww.ensinandodesiao.org.br  . Acompanhe nossos serviços ao vivo: todos os sábados, às 10 horas, pela TV Siao, acessandohttp://www.tvsiao.com/

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